Afirmação é do presidente da empresa, Marcelo Pimentel, que quer rever atuação e formato das lojas
Executivo no comando do Grupo Pão de Açúcar (GPA) desde abril, Marcelo Pimentel está firme no propósito de reestruturar a companhia. A ideia é deixá-la mais leve e melhorar a rentabilidade, retomado a posição “premium” que a marca exprimia alguns anos atrás. Para isso, pretende voltar “ao básico”: um supermercado premium que preza pela qualidade e pela variedade de produtos. Ele até nomeou o conceito como LAPA – loja limpa, abastecida, precificada e reconhecida pelo atendimento – (aqui, vale a nota: nenhuma referência aos bairros de São Paulo ou Rio de Janeiro).
“Estamos voltando com empacotadores, com o funcionário que faz o atendimento ao cliente na loja, por exemplo, e com perecível mais robusto. Vamos sentir como o modelo desempenha. A ideia é levar o formato a 15 lojas em três meses”, disse Pimentel. A nova loja foi aberta na avenida jornalista Roberto Marinho , na zona sul de São Paulo.
Pimentel acredita que o Pão deve voltar a ser “a joia da coroa” do Grupo, por ser a fortaleza da marca. E essa fortalece se estabelece nos pilares de qualidade e sortimento, sempre encantando aos clientes mais exigentes.
Para além disso, o presidente também prevê a expansão da quantidade de lojas, estimada em 300 inaugurações até 2024, com aposta no modelo de “proximidade”. No terceiro trimestre de 2022, a receita cresceu 9% em relação ao ano anterior, somando R$ 10,4 bilhões.
6 pilares importantes
Pimentel diz que os hipermercados foram um braço importante para o grupo, enquanto lucrativos. Porém, o momento é de retomada de alguns pilares que os coloquem numa esfera premium.
Destaque para:
- experiência de compra
- expansão multicanal
- crescimento orgânico, com lojas construídas “do zero”
- foco nos clientes AB
- distanciamento do formato “atacarejo”
- retomada da rentabilidade
“O Pão de Açúcar tem a oportunidade de voltar a devolver aos seus acionistas um retorno do investimento muito mais saudável”, acredita Pimentel
+300 lojas
O executivo pondera que é “absolutamente possível” cumprir o plano de expansão, já que entram em 2023 com ais de 50 lojas aprovadas no pipeline. E isso independe das mudanças políticas, que podem causar desaceleração da economia no ano que vem.
“Eu não posso deixar de tomar decisões corretas por causa do momento. As lojas vão maturar, em média, por dois ou três anos, quando a realidade econômica do Brasil estará diferente. Precisamos continuar investindo enquanto marca”, diz.
A capital de São Paulo receberá esforços dedicados do Grupo, por ser uma região onde a marca já está estabelecida. Rio de Janeiro, Centro Oeste, Salvador, Recife e Fortaleza, também estão nos planos do grupo.
“Percebemos uma torcida dos clientes para que o Pão volte a ser o Pão. O cliente ficou sem essa opção”, revela Pimentel, reafirmando sua decisão de voltar ao básico. E se baseia em números: em 2022, 110 lojas remodeladas priorizam perecíveis, serviços e espaços de convivência. “Elas têm, em média, sete pontos porcentuais de venda acima das lojas não reformadas”, justifica ele.
Fonte: Valor, Neofeed