Império de supermercados vendeu participação na brasileira Assaí para obter recursos e pagar dívidas
As ações do Casino bateram novo recorde de baixa na sexta-feira, 24, depois que a Moody’s reduziu sua classificação de dívida de lonog prazo. Os títulos da empresa também caíram e as ações do principal veículo de investimento que controla o negócio, a Rallye, perderam um terço de seu valor nesta semana. Os investidores estão cada vez mais convencidos de que o tempo está se esgotando para a marca e, principalmente, para seu gestor, Jean-Charles Naouri, que há anos desafia os céticos e permanece no controle do supermeracdo francês, apesar das dívidas e da queda nas venda.
Ao longo dos anos, o Casino tomou muito dinheiro emprestado ao mesmo tempo em que as lojas não geram lucro suficiente. Diante desse cenário complexo, a rede tem vendidos ativos para usar a receita no pagemnto de dívidas – por isso, vendeu a participação no Assaí, somando US$ 780 milhões ao caixa.
Porém, o valor é insuficiente para quitar as pendências, que somavam 4,5 bilhões de euros em dezembro de 2022. Já sua controladora, Rallye, contabilizava 2,8 bilhões de euros em dívida na mesma data.
Em meio à crise, Naouri vê seu nome envolvido em boatos de remoção ao cargo, ao mesmo tempo em que tentar exercer influência no mercado financeiro para conseguir mais capital. Frequentemente, a rede também está envolvida em comentários de compra ou fusão com o Carrefour em solo francês.
“A partir de hoje, o Casino tem ativos que valem menos do que o montante da dívida não garantida, mas Naouri tem boas relações com os bancos e eu não me surpreenderia se ele conseguisse negociar mais financiamento”, afirma François Guyot, analista da empresa de pesquisa de crédito Spread Research. Entretanto, os investidores estão ficando cada vez mais céticos: as ações do Casino caíram 16% em Paris na sexta, cotados a 5,63 euros, ante um pico de mais de 100 euros em 1999.
Redação SuperHiper