Lojas fazem empréstimo de dinheiro e financiam compras
A venda de produtos não é mais a única forma das redes de varejo ganharem dinheiro. Serviços como empréstimo pessoal e financiamentos dos produtos comercializados representam significativa fatia dos lucros. E as grandes redes catarinenses já perceberam isso.
Na Koerich, até 70% dos negócios a prazo são feitos com parcelamento bancado pela loja. Outra atuação financeira é o empréstimo pessoal. O gestor de vendas da rede, Maurício Ramos, lembra que o serviço foi criado há quatro anos e, desde então, cresce mês a mês.
O motivo é o comportamento do público, que é diferente do crédito para compra de produtos. Maurício explica que logo após quitar o débito, as pessoas tomam outro empréstimo.
O gestor de vendas declara que o negócio surgiu porque a Koerich tem um público fiel, com cadastro completo e histórico de pagamento. Além de acesso aos dados, o negócio tem a vantagem de não exigir a contratação de pessoal ou abertura de escritórios.
A rede Berlanda não empresta dinheiro, mas também oferece serviços de financeira para parcelamento dos seus produtos. O dono do grupo, Nilso Berlanda, diz que tem parceria com o Banco BMG somente para
áreas de maior risco de inadimplência, como celulares, pneus e televisores. Ele afirma que estes produtos representam apenas 8% do faturamento.
Os resultados dos serviços financeiros são evidentes. A venda de seguros prestamistas (para quitar dívida), negociados principalmente no varejo, cresceu 24% em 2010, informa a confederação nacional do setor.
Na Lojas Renner, os serviços financeiros já representam 21,1% do ebitda (lucro antes de amortizações, juros, depreciação e amortização). Em 2009, eram 13,4%.Na Magazine Luiza, a venda de consórcios cresce 17% ao ano e já é feita fora das lojas, em rede de representações autorizadas.
Em geral, os serviços são criados em parceria com redes bancárias, que instalam sistemas de informática e aplicam o modelo do negócio nos pontos de venda. O varejo costuma ficar com metade do lucro gerado nas operações financeiras.
— Para o comércio, o benefício da parceria é duplo: atrai mais clientes às suas
lojas e gera mais receita. Por isso, os serviços financeiros ganham importância para algumas grandes redes — explica Priscila Tambelli, analista de varejo do Banco do Brasil.
Veículo: Diário Catarinense - SC