O crescimento da massa salarial tem ajudado a manter as vendas do varejo alimentar em um patamar satisfatório. Assim, o aumento da renda continua a impulsionar o consumo interno e o setor supermercadista, que viu incremento das vendas de 6% no primeiro quadrimestre do ano, em relação a igual período do ano passado, conforme a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o que faz com que empresas como a Rede Savegnago Supermercados mantenham planos de aumentar a presença no mercado interno. A rede acaba de inaugurar mais uma loja no Estado de São Paulo, em Araraquara. Fora isso, a Savegnago deverá abrir mais uma unidade esta semana. O projeto de expansão envolve reformas e implantação de novas unidades, sendo a meta da Savegnago alcançar faturamento de R$ 1,5 bilhão este ano.
Atualmente são 25 as lojas no interior de São Paulo, e a nova abertura da marca está prevista para amanhã (ver box), quando ela passará a ter 26 lojas em cidades paulistas. Com isso, a expectativa é passar a ocupar o 6º lugar no ranking e saltar uma posição.
"Há um ano e quatro meses inauguramos a nossa primeira loja em Araraquara, na Via Expressa. Esta loja tem o maior faturamento da rede, é um sucesso absoluto. A população vai usufruir do nosso padrão de qualidade e com certeza aproveitar as nossas ofertas", afirmou, por meio de nota, Sebastião Edson Savegnago, o "Chalim", diretor- -superintendente da Rede.
No âmbito do setor, de acordo com o presidente da Abras, Sussumu Honda, nos primeiros quatro meses do ano as vendas dos supermercados acumulam alta de 6,08% ante as do primeiro quadrimestre de 2011. Por outro lado, estudos indicam que as vendas reais do setor supermercadista cresceram só 0,19% em abril ante igual mês de 2011. Mas com o desempenho maior no quadrimestre, a taxa acumulada nas vendas segue acima do teto das previsões de crescimento entre 3,5% e 4% ao final do ano todo.
Assim, indica que o segundo semestre será melhor e impulsiona os planos de redes, baseado no Índice Nacional de Vendas divulgado ontem. Conforme o indicador, no mês de abril, na comparação com março, as vendas caíram 2%, sendo os índices deflacionados pelo IPCA (inflação oficial), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na análise de Sussumu Honda, é preciso ver com cautela questões como a oscilação do desempenho do mercado nestes dois últimos meses. Afinal, o impacto das vendas da Páscoa acabou sendo diluído nos meses de março e abril. "Mas o resultado do setor continua bastante positivo, reflexo do aumento de poder de compra do brasileiro", comentou.
Prognósticos
Por outro lado, a tendência é que os prognósticos comecem a ser cada vez mais difíceis de serem feitos, por causa de cenários de volatilidade. Tanto é assim que o especialista afirma que está difícil fazer uma previsão no curto prazo em função do cenário macroeconômico mundial. As incertezas sobre a economia doméstica e as condições em regiões como Europa e Ásia impedem uma estimativa. "Ainda não temos como saber qual será o impacto nos preços das commodities alimentares, o que dificulta uma estimativa do desempenho em termos de faturamento", como contou Honda.
Desde dezembro, o índice AbrasMercado, cesta de 35 produtos de largo consumo, analisada pela GfK a pedido da Abras, não registrava aumento. Entretanto, o indicador reverteu a tendência e subiu 0,44% em abril sobre março. Em março, houve queda de 0,27%; em fevereiro, de -0,25%; e em janeiro, de -0,55%. Na comparação com abril de 2011, o indicador avançou 5,37%, passando R$ 300,52 para R$ 316,66.
O presidente da Abras espera que a queda dos juros e as medidas anunciadas pelo governo para estimular o consumo interno gerem vendas maiores no segundo semestre. Segundo ele, a primeira quinzena foi bastante positiva, mas na segunda metade do mês houve desaceleração. "Temos informações, informais ainda, de que o mês começou bem, mas a segunda quinzena já não foi tão bem", declarou.
Valores nominais
Em valores nominais, o Índice de Vendas da Abras apresentou crescimento de 5,31% em abril em relação a abril de 2011 e queda de -1,37% sobre março deste ano. O acumulado nominal, no quadrimestre, chega a 11,99%, na comparação ao mesmo período do ano passado. Os produtos com as maiores altas em abril, na comparação com março, foram: feijão, com 11,11%; batata, com 6,16%; e farinha de mandioca, com 3,25%. Já os produtos com as maiores quedas no último mês foram: tomate, com -6,58%; carne-traseiro, com -3,04%; e espaguete de sêmola, com -2,52%.
Veículo: DCI