Casino: se Abilio Diniz for para a BRF, terá que deixar Pão de Açúcar

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Grupo francês pede explicações ao empresário sobre eventual posto no conselho da Brasil Foods


   
O grupo francês Casino, controlador do Pão de Açúcar, deixou claro ontem ao empresário Abílio Diniz, seu sócio, que discorda da intenção do empresário de ingressar no Conselho de Administração da BRF. Em uma tensa teleconferência, os franceses disseram que Diniz terá de deixar a presidência do Conselho do Pão de Açúcar se realmente ingressar na BRF.

Questionado sobre os rumores de sua aproximação da BRF, Diniz inicialmente negou, mas depois admitiu que tem conversado com acionistas da fabricante de alimentos. E disse que não via conflito de interesses, pelo fato de as empresas não serem, concorrentes. Segundo ele, ainda, não existiria no país lei que vetasse tal situação.

Os franceses discordam. Para o Casino, Diniz não pode presidir os dois conselhos, já que a BRF é também fornecedor dos principais concorrentes do Pão de Açúcar. Se não há conflito, argumentara, por que Diniz já estaria cogitando levar executivos do Pão de Açúcar para a BRF.

“A BRF é fornecedor dominante de alguns produtos e também é a maior fornecedora dos maiores concorrentes do Pão de Açúcar. Portanto há conflito evidente”, afirmou o Casino, para completar: “E se há interesse de ir para a BRF, o senhor coloque os seus interesses pessoais em segundo plano e renuncie ao cargo de presidente do Conselho”.

Novos conselheiros aprovados no Pão de Açúcar

Além do tema Abilio e BRF, a reunião da Wilkes foi para aprovar os nomes de dois novos conselheiros para o Pão de Açúcar, indicados pelo empresário. Os administradores Claudio Galeazzi e Luiz Fernando Figueiredo passarão a integrar o Conselho do Grupo Pão de Açúcar, no lugar da esposa e do filho de Abilio. O nome de Galeazzi foi aprovado apesar de não agradar o Casino, por ele ter sido um dos idealizadores da proposta de unir Pão de Açúcar e Carrefour Brasil, em 2011.

Na ocasião, o grupo francês acusou Abilio, então controlador do varejista brasileiro, de tentar minar o acordo de acionistas na Wilkes. Depois do episódio envolvendo o Carrefour, as relações entre Abilio e Casino azedaram e nunca mais foram como antes. Em junho do ano passado, Abilio passou o controle do Pão de Açúcar ao Casino, como previsto em acordo firmado anos atrás, e continuou como chairman do grupo.

Do fim do ano para cá, o empresário reduziu pela metade sua participação nas ações preferenciais do Pão de Açúcar, levantando cerca de R$ 1,65 bilhão, reinvestido em ações de outras companhias, entre as quais estaria a BRF, dentro do processo de diversificação dos investimentos da família Diniz.



Veículo: O Globo - RJ


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