Setor faturou mais de R$ 19 bilhões em 2012, de acordo com a Agas
As mais de quatro mil empresas supermercadistas gaúchas tiveram um crescimento real de 6,6% em 2012, alcançando faturamento de R$ 19,3 bilhões e elevando para 6,54% a participação no Produto Interno Bruto (PIB) estimado pela Fundação de Economia e Estatística (FEE) para o Estado. Juntas, as dez maiores redes – que representam 50,39% do setor – obtiveram faturamento de R$ 9,77 bilhões, apontando uma redução na concentração de mercado. De acordo com o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, o setor está otimista e prevê investir R$ 100 milhões em melhorias nos pontos de venda e ampliação de lojas, além de contar com a chegada de novas empresas nos próximos 12 meses. A expectativa é de manter o crescimento em torno de 4% e 6% em 2013. “O número de visitas nos supermercados aumentou em 7% em 2012. Nos últimos seis meses, foram 420 milhões de clientes comprando nas empresas do setor.”
Comemorada pela entidade representativa dos supermercados do Rio Grande do Sul, a desoneração de impostos federais de produtos da cesta básica ainda deverá pressionar para baixo os preços de alguns itens, na avaliação de Longo. “Mas não de imediato porque existem outros fatores, como situação de mercado e de safras.” Segundo o dirigente, a lei da oferta e procura continuará valendo. Ele ressalta que o alívio fiscal colaborou para que os preços dos produtos não chegassem a um patamar superior, que poderia ser “em torno de 12%”. “Já estão mais baratos a carne e os outros quatro itens desonerados nesta última portaria da União. O açúcar baixou 15% em relação a março e o óleo de soja já está com redução de cerca de 20%, se comparado ao mês passado”, citou Longo, destacando que o setor lácteo também é “totalmente desonerado” (de ICMS, PIS e Cofins) a nível estadual. No caso da diminuição de valores cobrados pelos produtos de higiene, ele afirma que está sendo mais lenta, devido aos estoques das empresas.
A questão da mão de obra tem sido um gargalo para os supermercadistas. Segundo levantamento realizado entre janeiro e março deste ano, com 321 empresas gaúchas de médio e grande porte, atualmente o Estado sofre a carência de oito mil funcionários no setor. “Estamos nos adequando”, pondera Longo. Em 2012, a entidade capacitou 20 mil pessoas para diversas funções dentro dos centros de compras.
Para suprir a falta de padeiros e açougueiros, os empresários estão comprando produtos industrializados, como carnes desossadas e pães congelados. “Também foram reduzidas as entregas de ranchos em residências”, afirma Longo. Devido à dificuldade de contratar operadores de caixas e empacotadores, as filas de clientes nos caixas estão maiores. “Estamos indo para um caminho onde o consumidor vai ter que começar a fazer seu pacote”, comenta. A mão de obra masculina representou 51,08% (contra 49,81% de mulheres) empregados pelo setor em 2011.
Veículo: Jornal do Comércio - RS