Segunda maior rede de atacado do país, o Makro saiu do vermelho e voltou a registrar taxas mais robustas de crescimento nas vendas no Brasil no ano passado, após um fraco 2011. Mas a empresa continua a crescer de forma menos veloz que o seu rival direto, o Assaí, do Grupo Pão de Açúcar (GPA), terceira maior rede do setor e um dos negócios considerados prioridade para o GPA nos próximos anos.
A subsidiária do Makro no país registrou alta de 12% na receita líquida no ano passado, quando o valor atingiu R$ 6,16 bilhões, versus R$ 5,49 bilhões em 2011. O lucro líquido foi de R$ 49,8 milhões em 2012, após a companhia ter apurado perda de R$ 4,4 milhões no ano anterior. Para efeito de comparação, o Assaí fechou o ano passado com alta de 19% nas vendas líquidas (o valor foi de R$ 4,64 bilhões), após ter crescido 32,6% em 2011. Naquele ano, o Makro registrou alta bem mais tímida, de 4,4%. O Assaí não informa se registrou lucro ou prejuízo em 2012.
Maior rede de atacado no país, o Atacadão, controlado pelo Carrefour, com receita estimada pelo mercado na faixa de R$ 15 bilhões a R$ 17 bilhões, vem sustentando boa parte dos resultados do grupo francês no país. A empresa não divulga os números. As informações do Makro constam em material de resultados publicado no Diário Oficial no fim de semana passado.
A mudança no Makro é reflexo de uma "reestruturação comercial" realizada na companhia nos últimos três anos, informa a empresa em nota. Houve redefinição do mix de produtos e da forma de determinar preços. Em nota, a rede de atacado holandesa informa que a empresa implantou uma "nova estratégia" no país que "demandou ajustes e investimentos", que incluíram a constituição de uma área que acompanha estratégias de preços, a adequação do sortimento das lojas, o fortalecimento das marcas próprias e a reestilização dos pontos de venda.
Ao mesmo tempo em que isso foi feito, algumas despesas perderam fôlego no Makro em 2012, com crescimento abaixo de um dígito, como as despesas com pessoal, com promoção e com alugueis, o que ajuda a explica o lucro do ano. A empresa encerrou o ano passado com 76 lojas (em 2011, o número era o mesmo) e investimentos de R$ 55,8 milhões, abaixo dos R$ 78,1 milhões aplicados em 2011. A rede de atacado não detalha as razões da redução.
Tem ocorrido uma movimentação no mercado de atacado (redes que só vendem produtos para pessoas jurídicas) e de "atacarejo" (que vendem para pessoas físicas e jurídicas) voltada para a reorganização do modelo de negócio. Makro e Assaí, com estratégia mais focada no atacado, fizeram ajustes no mesmo período, em 2010 e 2011, na tentativa de colocar o produto certo com o preço certo nas lojas - espalhadas em Estados com forte concorrência regional.
Veículo: Valor Econômico