Estrutura de multinacional começaria a ser implantada no segundo semestre, mas será postergada
SÃO PAULO - A BRF vai adiar seu plano de tornar-se uma empresa nos moldes das grandes corporações multinacionais, com unidades de negócios independentes (subsidiárias) nas diferentes regiões em que atua no exterior e uma matriz global — na estrutura atual, com exceção da Argentina, todas as operações da companhia são comandadas a partir do Brasil. A decisão foi anunciada pelo empresário Abilio Diniz, que assumiu formalmente nesta quarta-feira a presidência do Conselho de Administração da gigante de alimentos.
O novo projeto de internacionalização da estrutura de negócios da BRF, que atua em 130 países, foi proposto pelo presidente-executivo da empresa, José Antônio do Prado Fay, para ser implantado a partir do segundo semestre deste ano. Com a saída de Nildemar Secches do comando do Conselho e a ascensão de Diniz, que foi eleito ontem em assembleia dos acionistas, o assunto agora será rediscutido.
— O plano faz sentido. Mas já que se esperou tanto tempo para fazê-lo, então por que não se dá um pouco mais de tempo a melhor forma de fazer a internacionalização da companhia? — ponderou Diniz, em sua primeira entrevista como presidente de Conselho (chairman, na designação do cargo em inglês) da BRF.
Acompanhado de Fay, Diniz reuniu-se hoje pala manhã com os novos membros do Conselho da empresa. Em seguida, ele conversou com os principais executivos da empresa. Conforme disse aos jornalistas, sua intenção neste primeiro momento é “dar um tempo para a companhia”.
— O dia de hoje é especial para mim, porque nunca tive outra cada para trabalhar, nunca fiz nada profissionalmente numa casa que não fosse o Pão de Açúcar — disse Diniz, lembrando que sua especialidade é a distribuição e que tem que apresentar mais sobre processos industriais e de produção da BRF. — Mas, no fundo, as duas empresas são gente e processos, processos e gente. E por aí tenho algum conhecimento e posso contribuir bastante.
Veículo: O Globo - RJ