Cláudio Galeazzi deixa conselho do Pão de Açúcar

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A briga pública entre o empresário Abilio Diniz e o atual controlador do Grupo Pão de Açúcar, o varejista francês Casino, teve na quinta-feira, 20, mais um capítulo. O consultor Cláudio Galeazzi, ex-presidente do Pão de Açúcar e amigo pessoal de Diniz, renunciou ao cargo de conselheiro da companhia - posto que ocupava desde março deste ano, por indicação do próprio Abilio Diniz.

Galeazzi enviou uma carta de renúncia ao amigo, na quarta-feira, 19. Na quinta-feira, Diniz levou o pedido do consultor à reunião do conselho do Pão de Açúcar. Na carta, em tom ácido, Galeazzi diz que não consegue atuar com a “liberdade e a independência” que imaginou que teria ao assumir o cargo.

Por trás da saída de Galeazzi está a chegada de Diniz à presidência do conselho de administração da BRF, no início de abril. O acúmulo de cargos no conselho da fabricante de alimentos e na varejista (já que Diniz também é conselheiro do Pão de Açúcar) configura, na visão dos franceses, conflito de interesses, uma vez que a BRF é uma das maiores fornecedoras do GPA. O caso chegou a ser levado pelo Casino para uma câmara de arbitragem.

Assim que assumiu o posto, Abilio Diniz indicou Cláudio Galeazzi para prestar uma consultoria de gestão na BRF, o que também vinha sendo questionado pelo representante do Casino no conselho de administração do Pão de Açúcar, Arnaud Strasser.

Segundo a assessoria de imprensa do Casino, a empresa teria enviado duas cartas à Galeazzi no último mês solicitando informações sobre o tipo de serviço que ele estava prestando na BRF e diz ter ficado sem resposta.

Galeazzi, por sua vez, garante que já havia esclarecido a situação verbalmente em reunião do conselho e que, por estar prestando uma consultoria de gestão, não havia nenhum conflito de interesse. “A segunda carta me chama de desrespeitoso”, diz Galeazzi. “A essa altura da vida, e com a minha trajetória, eu não preciso me sujeitar a isso.

Na carta de renúncia, o consultor acusa Arnaud Strasser de agir de forma “grosseira, deselegante, desrespeitosa e mal educada”. “Nos meus 51 anos de atividade profissional, nunca participei de reuniões tão desagradáveis”, escreveu.

Ele também reclama do fato de os sócios franceses terem colocado em dúvida sua atuação como conselheiro no GPA, por conta de sua consultoria à BRF. Por causa dos questionamentos, Galeazzi diz ter deixado de prestar serviços para a companhia de alimentos há três semanas.



Veículo: O Estado de S.Paulo


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