Centrais de compras ainda perdem espaço em acordos com a indústria

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As centrais de compras - arma do pequeno e médio varejista para sobreviver à concorrência - ainda sofrem para que as grandes indústrias atendam as suas demandas. A competição com as gigantes do setor supermercadista, como Grupo Pão de Açúcar, Walmart e Carrefour, na hora da negociação com a cadeia produtiva fez com que as cooperativas apresentassem crescimento menor do que o apresentado pelos grupos que dominam o mercado.

Para melhorar a intermediação, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) já sinalizou a intenção de intervir nas negociação entre as partes, para que o atacado deixe de ser um dos principais provedores de produtos para essas redes. Com a medida, a expectativa é que as Centrais de Compras, que movimentaram R$ 24,8 bilhões em 2011, consigam ter o mesmo poder de compra das grandes redes.

Estima-se que as centrais de compras cresçam em linha com as pequenas e médias operações supermercadistas, que em 2011 chegou a 5,45% na comparação com 2010, conforme 12° Ranking de Redes divulgado pela Abras.

Mas, empresas desse segmento apostam em expansão de dois dígitos. É o caso da Rede Brasil de Supermercados. Em São Paulo, ela é uma das principais centrais de compras em atuação. Atualmente ela atende 20 empresas que estão situadas em 17 estados brasileiros. Segundo Antonio José Monte, presidente da Rede Brasil, a função de uma central de compra para os empresários do segmento é ser o guardião das melhores práticas e esse nicho de mercado. "Mais que abastecer essas empresas menores, somos responsáveis por promover melhores práticas de negociação, logística e administração dessas empresas", disse ele. A empresa, que também possui supermercados, vem registrando faturamento de R$ 15 bilhões ao ano, na soma das duas operações.

O diferencial da sua operação - como central de compra - está em oferecer oportunidades dessas bandeiras associadas a Rede Brasil a prover aos seus clientes boa gama de produtos importados, além de itens de marca própria, que hoje, no mercado como um todo representam cerca de 4,9% do portfólio ofertado. "Nós disponibilizamos 14 grupos de marcas que representa 60 a 70 categorias de produtos e damos a chance dessas empresas oferecerem produtos exclusivos aos seus consumidores", disse ao que completou: "Só com marcas próprias temos muito a crescer. Nosso mercado hoje está em 4,9%, na Suíça esse índice chega a 48% do que é oferecido".

O papel da empresa é ser o intermediador da negociação e por ter um número significativo de associados, que são escolhidos de forma rígida, as negociações geram lucro a todos os envolvidos. "O volume financeiro movimentado é de R$ 100 milhões e pode-se dizer que vinhos, azeites, peixes e bacalhau são os mais comprados pelas redes", disse ele. A meta da empresa é aumentar essa movimentação de importação e aumentar, entre tantos outros artigos, os de mercearia seca. "Temos muito que crescer, um dos nossos planos futuros é aumentar o número de itens de mercearia seca", disse ele ao DCI.

Outra bandeira que ajuda os empresários, só que de Minas Gerias e interior, é a Super Varejista que está entre as 50 centrais de compras existentes no Estado que atendem de 20 a 25 bandeiras cada, segundo a Associação Mineira de Supermercados (AMIS).

No setor desde 2011, a rede já tem 35 lojas próprias que levam o nome Super Varejista, além de oferecer a cerca de 30 outras bandeiras, o sortimento completo para uma operação supermercadista. "Oferecemos de tudo, de artigos para casa a alimentos a esses associados", disse Gilberto Assis Cardoso diretor executivo da empresa. A expectativa da Super Varejista é crescer 20%, acima do mercado, e apostar na conversão de bandeiras para fortalecer a sua marca. "Temos 35 lojas, queremos chegar a 45. Nosso investimento para isso é baixo, uma vez que expandimos por meio de conversão de bandeiras", disse.

A empresa oferece aos seus associados 400 famílias de produtos e os artigos mais vendidos aos empresários menores são os da cesta básica. "Vendemos todo o portfólio para supermercados, mas os itens de cesta básica são os com maior demanda", disse.

A dificuldade de negociação, no entanto, puxa o incremento dos atacados. Segundo Adeilton Feliciano do Prado, vice-presidente da Abras, a intenção da entidade não é fechar o mercado para os atacados, mas que os varejistas menores tenham competitividade. "Eles são fundamentais, a nossa intenção é que o volume comprado nessa operação seja menor". Uma atitude como essa poderia, de certa forma, prejudicar empresas como o Makro, por exemplo. Só no ano passado, o atacadista conseguiu crescer 12% suas vendas líquidas em relação a 2011 e arrecadar R$ 6,2 bilhões.



Veículo: DCI







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