Smartphones se tornam cruciais para o varejo

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Os celulares inteligentes (smartphones), cujas vendas globais já ultrapassaram as de aparelhos convencionais (default phones) segundo a consultoria Gartner, estão ganhando mais importância para varejistas dentro da operação. Tanto as empresas especializadas neste mercado, como a Webfones, quanto aquelas que oferecem maior diversidade de produtos, como o Walmart, veem a comercialização desses aparelhos como fundamentais devido ao atual mercado brasileiro.

Para o fundador e diretor executivo do e-commerce de telefonia Webfones, Guilherme Ribeiro, a venda de smartphones é uma das exceções dentro do varejo no País. "O smartphone vai um pouco na contramão deste cenário que vemos hoje, porque continua crescendo. No Brasil ainda são vendidos mais aparelhos convencionais, sem 3G ou wi-fi, mas a expectativa é de que até o fim do ano que vem, o mercado já seja dominado por smartphones", explica Ribeiro. "A população está migrando em massa para o smartphone, os celulares convencionais vão continuar perdendo espaço, e a expectativa é que desapareçam até 2016."

Segundo a Gartner, cerca de 51,8% das vendas de celulares no mundo foram feitas para adquirir um celular inteligente. Seguindo a tendência mundial, o número de consumidores que possuem um aparelho deste tipo aumenta expressivamente no Brasil.

Levantamento da Kantar Worldpanel aponta crescimento de 319% no número de celulares inteligentes entre janeiro de 2010 e janeiro de 2013. No primeiro trimestre deste ano, cerca de 11% dos aparelhos eram smartphones.

Aumento de demanda


A procura crescente por smartphones no Brasil também se reflete nas vendas de empresas. O Walmart, considerado a terceira maior rede varejista em atuação no País, aponta que a demanda nas lojas físicas tem surpreendido positivamente a empresa.

"A venda do ano de smartphones está acima do que era previsto pela companhia", afirma ao DCI o diretor comercial da companhia, Daniel Pinheiro Santana. "O crescimento das vendas nos últimos três meses nas lojas do Walmart Brasil está acima de 50% em relação ao mesmo período do ano passado."

O executivo explica que a maior parte da receita das lojas físicas do Walmart no País provém justamente dos smartphones, "que representam em valor aproximadamente 70% da venda dos aparelhos celulares", conclui Santana.

Especializada em telefonia, a Webfones atua há menos de dois anos e pretende faturar de R$ 15 milhões a R$ 20 milhões em 2013. Contando com mais de mil produtos cadastrados, entre celulares e acessórios, a empresa está diversificando os produtos oferecidos após se beneficiar com a venda de aparelhos. Sentindo o bom momento, o player disponibilizará em cerca de 30 dias a possibilidade de comprar planos pré e pós-pagos das operadoras TIM, Claro, Vivo e Oi.

"Mesmo com a economia estacionada, manifestações, incertezas políticas e oscilação cambial, as vendas continuam crescendo por sermos especialistas em smartphone. O mercado só cresce, não há desaceleração", argumenta o fundador da empresa, Guilherme Ribeiro.

Ele conta que mesmo tendo os que pagam um pouco mais por aparelhos com mais recursos, consumidores não estão procurando mais os default phones. "Vendemos muito mais smartphones, são praticamente 80% das nossas vendas. Todo mundo está migrando para um smartphone. Mesmo as pessoas com celulares mais baratos, esperam para trocar de celular e adquirir um com mais recursos, até porque hoje já existem aparelhos a partir de R$ 249, R$ 299."

Mercado brasileiro


No Brasil, algumas empresas buscam adaptar seus produtos a peculiaridades do mercado. De acordo com o CEO da Webfones, algumas características são comuns aos países emergentes. "Em mercados como o Brasil, China e Índia, são mais comuns aparelhos com mais de um chip, por exemplo. Até porque a população desses países tende a ficar mais sensível quanto aos preços das operadoras de telefonia."

Pensando nisso, a LG lançou na semana passada uma nova linha de produtos, todas com a tecnologia Dual Chip e um dos modelos, o L4 II, com espaço para três chips. "Hoje 80% do mercado brasileiro em valor diz respeito às vendas de smartphones, e o País é a segunda maior operação internacional da LG no mundo", afirma ao DCI a gerente-geral de marketing de celulares da LG do Brasil, Bárbara Toscano. O País só fica atrás dos Estados Unidos e da matriz, Coreia do Sul. "Por isso trabalhamos desde a plataforma premium, com aparelhos acima de R$ 1.300 reais, até a mais acessível, entre R$ 329 e R$ 899, para pessoas que querem comprar seu primeiro celular inteligente."

Neste setor, um dos destaques por parte da LG é o Nexus, aparelho fruto de parceria entre a marca e o Google. Estima-se que uma parceria com a Motorola seja firmada para fabricar o próximo aparelho da multinacional de serviços on-line.



Vendas em loja de departamento lideram mercado


Mesmo sem se especializarem em telefonia, as lojas de departamentos foram o principal canal de vendas de smartphones no primeiro trimestre deste ano.

Segundo estudo da Kantar Worldpanel, 28% dos celulares inteligentes foram comprados  nesse tipo de operação. As lojas de eletrodomésticos são as responsáveis pela segunda maior participação, com 19%, seguidas por vendas por terceiros (16%) e lojas e quiosques de operadoras (11%).

De olho neste movimento, players do setor apostam também nestas vendas visando outra atividade: as vendas feitas por esses dispositivos, conhecida como m-commerce.

Em abril deste ano, a Casas Bahia inaugurou seu site móvel, disponibilizando mais de 120 mil itens na loja virtual. Outras redes como Walmart e Magazine Luiza também já adotaram essa plataforma.

Além de se tornarem clientes em potencial para as lojas virtuais das marcas, a maior valorização da venda de smartphones pode trazer incrementos a médio e longo prazo. Ainda segundo o estudo da Kantar Worldpanel, usuários de smartphones trocam mais rapidamente de aparelho, em média a cada 14 meses. Enquanto isso, usuários de dispositivos comuns efetuam a troca a cada 26 meses, em média.



Veículo: DCI


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