Meta é chegar a R$ 20 milhões.
Quando se uniram há 10 anos, na Zona da Mata mineira, a ideia de um grupo de proprietários de supermercados era formar um clube de compras. O que eles não podiam imaginar é que o projeto daria tão certo a ponto de se tornar uma rede de destaque na região, alavancando as vendas dos associados. No ano em que completa uma década de existência, a Rede Uai de Supermercados comemora o bom desempenho dos negócios com sete novos membros e se prepara para receber outros dois associados. "Hoje, nosso faturamento é de R$ 18 milhões por mês, a partir do próximo mês, deve chegar a R$ 20 milhões com as novas adesões", afirma o gestor da rede, José Antonio Vilela.
A necessidade do grupo surgiu no momento em que diferentes empreendimentos vinculados a grandes redes começaram a surgir na região. Vilela explica que os pequenos empresários passaram a sentir a concorrência, pois não conseguiam preços competitivos. "Os donos de algumas lojas ficaram sem saber o que fazer e procuraram o Sebrae para fundar um grupo de compras. Depois vieram alguns empresários de Cataguases que já tinham experiência em rede e o projeto cresceu", relata. Hoje, a rede conta com 53 associados em 39 cidades do Estado, sendo que cada um contribui com R$ 650 mensais.
Padronização - Além de fazer compras em conjunto, a Rede Uai tem um padrão de marca que é usado por todos os membros. Fachada da loja, uniformes, sacolas e encartes são personalizados, o que ajuda no marketing dos supermercados. "Uma loja menor não consegue fazer sozinha um tabloide com as ofertas dos produtos. Na rede, produzimos 150 mil jornais a cada 15 dias, pois sai muito mais barato. Da mesma forma, itens como uniformes e sacolas personalizadas são muito caros para uma loja só", exemplifica. A rede também promove promoções que dão carros e TVs aos clientes, o que atrai clientela e aumenta o lucro dos supermercados.
Outro importante serviço oferecido pela rede são as consultorias em áreas como gerência, financeiro, contabilidade e atendimento ao cliente. De acordo com Vilela, os associados podem optar em continuar fazendo a operação financeira de sua empresa, mas têm à sua disposição um escritório especializado. "Esse é outro serviço que uma loja pequena não conseguira pagar sozinha. Além disso, também fazemos constantes pesquisas de clima e satisfação dos clientes", diz. O gestor garante que esse conjunto de serviços refletem diretamente no lucro dos associados. "A partir do momento que se tem um consultor e que se negocia preços melhores em uma compra coletiva a lucratividade é maior", frisa.
Esse crescimento pode ser visto em números, conforme explica Vilela. Segundo ele, a rede faturou de R$ 180 milhões em 2012 e a expectativa para este ano é que a receita chegue a R$ 220 milhões. Para 2014, a meta é ainda maior devido à construção de um centro de distribuição (CD). O gestor afirma que, atualmente, as compras são realizadas de forma conjunta, mas a entrega é feita de loja em loja. A partir do momento em que os produtos forem direcionados para um único local haverá ainda mais economia no processo. "Em 2014, queremos ter 70 lojas e R$ 25 milhões de faturamento por mês, o que daria R$ 300 milhões no ano", destaca.
Associados - Desde que resolveu se associar à Rede Uai Supermercados, há quatro anos, o proprietário do Supermercado Espera Feliz, Fábio Victor Cesar, só tem o que comemorar. Segundo ele, a adesão ao grupo alavancou em 60% suas vendas. "Meu faturamento costumava ser de R$ 400 mil por mês, hoje já chega a R$ 1 milhão", diz. Para ele, o que mais ajudou nesse processo foi o acesso a informações importantes, tanto no que diz respeito a conhecimento técnico, quanto em relação a questões referentes a fornecedores. "Tivemos uma mudança muito grande, ficamos mais competitivos e aprendemos a vender mais barato para vender mais. Para os supermercados pequenos e médios entrar para uma rede é a solução, pois sozinho há grandes chances de não conseguir se manter no mercado", analisa.
Outro estabelecimento que cresceu após se associar à rede foi a Padaria Luzitânia, que fica em Além Paraíba. Apesar de não ser um supermercado, o estabelecimento funciona como uma mercearia. Segundo o proprietário, Nilton Tomé Monteiro Rezende, a decisão de entrar para o grupo foi baseada na necessidade de ter produtos com preços mais competitivos, mas os ganhos foram muito além disso. "A ideia inicial era concorrer com lojas de grandes redes que chegam ao interior, mas hoje vejo que os cursos e consultorias são o principal ganho." De acordo com Rezende, as vendas na padaria dobraram desde que entrou para a rede, em 2011.
Veículo: Diário do Comércio - MG