Nos últimos nove meses, o Wal-Mart Stores Inc., gigante americano do varejo, vem alardeando patrióticas promessas de estocar mais produtos "Made in USA". A manufatura significa "bons empregos de classe média, e é exatamente disso que nosso país precisa", disse recentemente Bill Simon, diretor-presidente do Wal-Mart nos Estados Unidos.
A varejista anunciou planos para oferecer, entre outros produtos, meias, toalhas, velas e lâmpadas fabricadas nos EUA, criando mais de 1.200 empregos. O Wal-Mart também anunciou que em 2014 a Redman & Associates LLC vai abrir uma fábrica no Estado de Arkansas para produzir carrinhos elétricos de brinquedo, hoje importados da China.
O Wal-Mart se comprometeu a aumentar as compras de mercadorias feitas nos EUA em US$ 50 bilhões, o que significa uma média de US$ 5 bilhões por ano. Isso afeta somente cerca de 2% dos gastos anuais da empresa com mercadorias nas lojas dos EUA, disse Matthew Nemer, analista da Wells Fargo Securities. É menos de 1% do déficit comercial dos EUA em 2012.
A campanha também é de relações públicas, mostrando a empresa como uma boa cidadã americana, mas também promete benefícios financeiros. À medida que encontrar fabricantes de baixo custo nos EUA, o Wal-Mart pode reduzir seus gastos com estoque, já que as mercadorias ficam menos tempo em trânsito. A varejista também poderá colocar as novas mercadorias nas lojas mais rápido quando os gostos dos consumidores mudam.
É muito cedo para se avaliar o impacto dessa estratégia sobre a produção nos EUA, disse Robin Sherk, analista da firma nova-iorquina de pesquisas de mercado Kantar Retail, "mas se há alguém capaz de fazer o ponteiro se mexer, esse alguém é o Wal-Mart, porque ele tem escala".
Veículo: Valor Econômico