O grupo Walmart, maior varejista do mundo, está desfazendo sua conturbada parceria empresarial com a indiana Bharti Enterprises, na esteira de uma série de investigações de agências fiscalizadoras governamentais e de preocupações em relação a regras internacionais sobre investimentos no setor de varejo no país.
As duas empresas vão dissolver a sociedade, que opera 20 lojas atacadistas e, em vez disso, passarão a operar empreendimentos independentes na terceira maior economia asiática, disseram as companhias em declaração conjunta, ontem.
Nos termos do acordo, o Walmart comprará a participação de 50% em poder da Bharti. A mudança acontece após comentários feitos no fim de semana por um alto executivo da varejista americana, segundo o qual a parceria "não é sustentável". A decisão do Walmart de se concentrar-em operações atacadistas e abandonar ao menos temporariamente suas aspirações de abertura de lojas inteiramente dedicadas ao consumidor final provavelmente será vista como mais um revés às tentativas do governo da Índia de atrair varejistas mundiais ao país.
"Isso simplesmente reflete o fato de que a política de [investimento estrangeiro direto] requer uma abordagem inteiramente nova, porque, evidentemente, não está funcionando", disse Arvind Singhal, CEO da consultora de varejo Technopak Advisors na Índia.
O divórcio deixará a Bharti Retail, uma subsidiária do grupo Bharti, controlado pelo bilionário Sunil Bharti Mittal, operando sozinho sua rede Easy Day de lojas de conveniência.
No ano passado, o governo indiano promoveu mudanças de legislação para permitir que grupos internacionais de supermercados controlem até 51% de suas operações indianas, mas nenhuma grandes rede aproveitou a abertura.
O grupo Walmart tem reclamado com freqüência das restrições das novas regras de propriedade. A declaração conjunta das empresas diz: "o Walmart planeja continuar a promover o crescimento desse negócio, ao mesmo tempo em que colabora com o governo e outras partes interessadas para criar condições que permitam o investimento estrangeiro direto no varejo multimarcas".
Singhal acrescentou que a decisão do grupo americano de concentrar-se em suas operações atacadistas, uma área sem restrições ao investimento estrangeiro direto, proporcionou boas oportunidades de crescimento, e também poderá ser um passo intermediário em direção a uma entrada mais plena no setor varejista do país, que movimenta US$ 450 bilhões.
Veíuclo: Valor Econômico