Estudo da Amis aponta crescimento da preferência do consumidor por compras em lojas próximas da residência
Comodidade, variedade de produtos e bom preço, tudo isso a poucos quilômetros ou, em alguns casos, metros de distância de casa. Esses são fatores responsáveis por motivar um número maior de consumidores a recorrer aos pequenos supermercados instalados dentro dos bairros, o que dispensa a necessidade de percorrer grandes distâncias em meio a um trânsito caótico. Apesar do espaço menor em relação às lojas pertencentes às grandes redes, esses estabelecimentos se qualificam cada vez mais, ao reunirem um mix variado de produtos e atendimento especializado.
Estudo recente divulgado pela Associação Mineira de Supermercados (Amis) mostrou que, na última década, o percentual de pessoas que prefere fazer suas compras perto da residência passou de 23,3% para 64,5%. Além disso, a proximidade de casa é, para 68,30% dos consumidores, o principal atributo considerado no momento de decidir onde comprar. Dessa maneira, grandes redes, como o Carrefour, ampliam a quantidade de unidades mais compactas, enquanto os estabelecimentos regionais registram bons resultados e se esforçam para manter a lealdade da clientela, devido ao avanço das concorrência.
O proprietário do Supermercado 2B Bom e Barato, há 40 anos no bairro Prado, região Oeste da Capital, Gilson Lopes, observa que os supermercados de menor porte passaram a receber mais atenção do consumidor desde o fim da hiperinflação e início do Plano Real, o que dispensou a necessidade de adquirir grandes quantidades de produtos de uma só vez. O empresário acrescenta que o tráfego intenso e o aumento da violência também favorecem os negócios dos supermercados menores, que funcionam mais perto dos clientes.
Em apenas 280 metros quadrados, o empresário tem todas as seções indispensáveis ao dia a dia do consumidor, como hortifrutigranjeiros, açougue e padaria. Lopes ainda investe em pesquisas para saber quais as marcas e produtos preferidos da clientela, a fim de evitar a falta deles nas gôndolas. "Tenho a preocupação de estar sempre atento aos lançamentos e de escutar diretamente as observações do cliente", ressalta. Assim, o fluxo de clientes nos corredores continua em ascensão, bem como o faturamento. A expectativa é que ambos cresçam cerca de 5% neste exercício, em relação a 2012, estimativa superior aos 4,5% previstos pela Amis.
Otimismo - A rede supermercados Guarim, com quatro unidades na região Noroeste da Capital, é ainda mais otimista em relação às perspectivas de crescimento para este ano. O gerente de uma das unidades, Geraldo Capacini, estima que o faturamento deve crescer 12%,em relação ao exercício passado. Ele atribui a perspectiva não apenas à maior demanda registrada pelos supermercados de bairro, mas também a um investimento feito para remodelar as lojas e tornar o espaço ainda mais agradável e atraente.
O diretor do supermercado Minas Bahia, Edson Ferreira dos Santos, estabelecimento que funciona há 50 anos no bairro Santa Mônica, na região da Pampulha, explica que, apesar de contar com uma clientela leal, um dos desafios é manter preços compatíveis com o das grandes redes. "Apesar de precisar achatar minhas margens de lucro, não abro mão de cobrir as ofertas da concorrência. Além disso, ofereço outras facilidades para atrair o comprador, como estacionamento e entregas em domicílio", diz. A empresa espera fechar 2013 com alta real de 4% do faturamento sobre o resultado do ano
passado.
Veículo: Diário do Comércio - MG