Supermercados têm bom desempenho, com inflação de alimentos pesando menos no bolso
Após resultados modestos, as vendas do comércio surpreenderam em novembro e cresceram 0,7%, sustentadas pelo bom desempenho dos supermercados.
É que a inflação dos alimentos, apesar de elevada, deu um refresco no fim de 2013 e abriu espaço para o avanço das vendas do setor.Para Aleciana Gusmão, técnica do IBGE, esse fator foi determinante para a reação das vendas, que vinham de fracos resultados em meses anteriores. Em outubro, o varejo teve alta menor, de 0,3%.
A alimentação no domicílio saiu de um patamar de alta de 13% em 12 meses no começo de 2013 para cerca de 8% em novembro."É uma taxa ainda elevada, mas não deixa de ser um alívio", disse.Para Octávio de Barros, economista-chefe do Bradesco, o resultado "surpreendeu positivamente em novembro, com a expansão generalizada entre os segmentos pesquisados", e sinaliza uma melhora do consumo.
"O desempenho favorável do varejo, sustentado pelo baixo patamar da taxa de desemprego e pela desaceleração da inflação concentrada na segunda metade do ano, especialmente de alimentos, reforça nossa expectativa de expansão do consumo das famílias no quarto trimestre", diz o economista.Tal visão é compartilhada por outras consultorias e economistas, embora as previsões apontem para crescimento do comércio menor neste ano que nos anteriores.
No acumulado de 2013 até novembro, o setor apresenta expansão de 4,3%. Em 12 meses encerrados em novembro, houve avanço de 4,4%.A expectativa é que o setor feche 2013 com taxas similares a essas. As previsões mais otimistas apontam para uma expansão de 5%.
Apesar da melhora em novembro, o comércio sofre com o crédito mais escasso e o crescimento mais tímido na renda dos trabalhadores. Isso ficou mais claro no fim de 2013, quando as vendas de Natal avançaram no ritmo mais fraco em 11 anos, segundo dados preliminares.
O resultado oficial de 2013 será divulgado em fevereiro.
Veículo: Folha de S. Paulo