Segmento em Minas deve investir R$ 340 milhões na abertura de 85 novas lojas neste ano
O setor supermercadista mineiro deve criar cerca de 10 mil empregos neste ano. Com isso, a previsão é que até o final do ano 166 mil trabalhadores atuem no segmento em todo o Estado, segundo previsão da Associação Mineira de Supermercados (Amis). Em café da manhã para jornalistas realizado ontem na sede da entidade, o novo presidente, Alexandre Poni, disse que o setor vem se tornando cada vez mais opção de primeiro emprego para os jovens mineiros, já que uma das maiores dificuldades está na contratação de mão de obra qualificada.
"A característica dos supermercados hoje é contratar gente que está em busca do primeiro emprego. Nós vamos qualificar, caso contrário a gente não consegue preencher as vagas. O setor é uma grande escola de varejo e com dedicação do empregado é possível seu crescimento. Podem se tornar padeiros, açougueiros e até mesmo sushi-men, que já existem em muitas lojas", afirmou.
O que vai permitir a abertura desse grande número de vagas serão os investimentos previstos para o setor em 2014. Segundo perspectiva da Amis, serão destinados R$ 340 milhões na abertura de 85 novas lojas e a reforma de outras 65. Com isso, o segmento deve fechar o ano com 6.970 lojas em todo o Estado.
"A previsão é de crescimento de 3,5% em 2014. Estamos bem otimistas, apesar das notícias de crise, ficamos satisfeitos com os resultados de 2013 e para este ano não há nada que indique recuo de investimentos. Acreditamos muito no crescimento do setor", ressaltou.
O crescimento previsto é quase 1,5 ponto percentual menor do que os 4,93% de acréscimo no faturamento consolidado no ano passado. De acordo com Poni, a redução ocorreu pela atual incerteza em relação à situação econômica do país e também pela base comparativa, que é alta.
"A base vai aumentando cada vez mais, tivemos crescimento grande no ano passado. No início de 2013, esperávamos crescer 4% e chegamos a quase 5%. Ainda está cedo para afirmar qualquer coisa. Essa previsão pode ser revista", disse.
Tendência - Das 85 novas unidades previstas, a maioria (45) será no formato de pequenas lojas associadas, uma tendência que vem sendo percebida no setor. "Nas grandes cidades, como Belo Horizonte, há demanda cada vez maior por lojas menores, de bairros, até pela dificuldade de se conseguir grandes terrenos para construção de hipermercados. Há também a questão da mobilidade nos grandes centros, hoje o consumidor quer comodidade, quer comprar perto de casa", ressaltou.
Um dos pilares que moverá a gestão do novo presidente da Amis é a busca pela sustentabilidade. Segundo ele, não é possível mais ignorar a necessidades de mudanças nesse sentido, como o fim do uso de sacolas descartáveis. " preciso entrar nesse processo. A Amis tem que ter o papel de orientar seu associado a compartilhar com seus consumidores a necessidade de ser sustentável, do não desperdício. O não uso de sacola descartável é o início disso", observou.
Segundo dados apresentados pela Amis, de abril de 2012 a abril de 2013, houve redução de 70% no uso de sacolinhas descartáveis em Belo Horizonte. A cidade foi apontada como uma das que menos utiliza esse tipo de produto no país.
Veículo: Diário do Comércio - MG