Cesta com 104 produtos custa R$ 426,83 na cidade catarinense, de acordo com um levantamento feito pela organização Proteste no Brasil
O supermercado escolhido pode significar uma economia de até R$ 1.920,19 por ano em compras em Florianópolis. A discrepância entre estabelecimentos comerciais na Capital catarinense foi revelada pela pesquisa da instituição Proteste, que ainda informou outro dado pouco animador para o bolso do manezinho: a cidade é a Capital com as compras em supermercado mais caras do país.
O valor da cesta com 104 produtos elaborada pelos pesquisadores é de R$ 426,83. Além disso, o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulga nesta terça-feira que Florianópolis tem a segunda cesta básica mais cara do Brasil. O motivo dos altos preços, avaliam os pesquisadores, pode estar relacionado com a forte migração para a região.
A pesquisa realizada pelo Proteste analisou os preços aplicados por 1.278 supermercados em Capitais de 13 Estados e no Distrito Federal, e mais seis cidades. Em média, o consumidor de Santa Catarina desembolsou R$ 426,83 na compra dos 104 produtos da cesta composta de artigos de marcas reconhecidas.
O valor é 15% do que a mesma cesta no Rio Grande do Norte, onde foi registrado o menor preço entre as regiões. No Estado, a pesquisa conferiu preços aplicados em 55 supermercados de Florianópolis. Para a comparação, a equipe formulou duas cestas: além da de 104 produtos, uma segunda com 90 itens com o preço mais baixo no mercado. Na primeira cesta, a diferença encontrada em um ano de compras chega a R$ 1.757,42; e a segunda a R$ 1.920,19.
Para a direção da Associação Catarinense de Supermercados (Acats), a pesquisa divulgada ontem reforça a diferença de preço entre supermercados normais e os chamados de "atacarejo" — quando o estabelecimento reúne algumas características de vendas no atacado, mas permitindo o acesso ao consumidor comum.
— As lojas de atacarejo começaram a atuar no Brasil focando mini mercados e armazéns de pequeno porte, pessoas jurídicas. Como o atendimento foi estendido também para pessoas físicas, os consumidores que privilegiam as compras pelo preço mais baixo optaram por este novo formato. São lojas com características diferenciadas das lojas normais de supermercados e caberia, a nosso ver, uma análise comparativa distinta de cada formato — afirma Antonio Carlos Poletini, diretor-executivo da Acats.
Segunda cesta básica mais cara do país
A pesquisa mensal de preço da cesta básica no país de novembro, divulgada nesta terça-feira pelo Dieese, mostra uma leve melhora de Florianópolis no ranking de produtos mais caros, mas ainda é motivo de preocupação para o catarinense. Os 13 itens da cesta básica, essenciais para alimentar um adulto por um mês, custam R$ 346,61, dando a segunda colocação entre as 18 capitais avaliadas. No mês anterior, Florianópolis ocupava a primeira posição.
— A renda média de Florianópolis não é tão alta, mas a cidade é muito procurada por pessoas de outros Estados, que têm uma condição financeira mais vantajosa. O comércio reage a isso aumentando os preços. Na prática, isso prejudica mais quem mora e trabalha aqui — comenta José Álvaro Cardoso, supervisor técnico do órgão em Santa Catarina.
Inflação alta, grandes diferenças nos preços aplicados por supermercados... Para driblar os altos preços, a dica de José Álvaro é simples: pesquisar bem antes de comprar.
— O consumidor normalmente não reclama quando a carne sobe 10%. Isso demonstra falta de disciplina financeira. Então o melhor é ter bastante atenção nos preços aplicados no mercado e pesquisar bastante — diz José.
Veículo: Diário Catarinense