Em 5 mercados visitados pela Folha, maioria queria evitar custo de até R$ 0,10 por sacola
Algumas lojas vão distribuir o item de graça por alguns dias; sacola tradicional está proibida na cidade
Neste domingo (5), primeiro dia de obrigatoriedade das sacolinhas recicláveis nos mercados da capital paulista, muitos clientes preferiram levar as compras em caixas de papelão, sacolas retornáveis trazidas de casa, na mão e até soltas no carrinho. Isso porque as novas sacolinhas plásticas, que substituem as não recicláveis, são cobradas do consumidor na maioria dos casos.
De cinco redes de supermercados da cidade visitadas pela Folha --Minimercado Extra, Pão de Açúcar, Sonda, Carrefour e Sacolão--, apenas esta última oferecia a sacola sem custo. Nas demais, o valor ia de R$ 0,08 a R$ 0,10. A dona de casa Jéssica Vasconcelos, 24, usou o carrinho de bebê da filha para levar os produtos. "Achei o preço um absurdo. Na próxima vez trago sacolas de casa."
Já a aposentada Claudia Santi, 53, estava precavida. "Uso há dois anos as sacolas retornáveis e pego as caixas de papelão de graça no mercado", disse.
Mas também havia consumidores a favor das novas sacolas, ainda que com custo.
"Em vez de comprar sacos de lixo, compro essas agora e utilizo para reciclagem em casa", disse professora Felícia Kierpel, 68. O preço de uma sacolinha é menor que o de um saco de lixo equivalente (de 15 litros), como mostrou reportagem da Folha.
Algumas redes estipularam um "período de adaptação", distribuindo os itens gratuitamente durante um ou dois dias. "A regra é 'segurarmos' a sacolinha nesses dias. Estamos entregando só algumas ao cliente", disse uma funcionária do caixa que não quis ser identificada.
MUDANÇA DE HÁBITO
As novas sacolas são de dois tipos: as verdes, que servem para descarte de material reciclável seco, como metal e vidro, e as cinzas, destinadas ao lixo comum, como restos de comida.
Com a separação, as embalagens verdes devem ser recolhidas pelo programa de coleta seletiva. O consumidor que descumprir a regra poderá receber advertência e, em caso de reincidência, sofrerá multa entre R$ 50 e R$ 500.
Os cidadãos serão fiscalizados por amostragem e a partir de denúncias, de acordo com a prefeitura.
As cinzas serão retiradas pela coleta convencional. O cidadão poderá continuar usando outros sacos para descartar seu lixo. As regras valem apenas para o descarte que for feito por meio das novas embalagens.
Para os comerciantes que não respeitarem as medidas, oferecendo sacos plásticos antigos, a multa será de até R$ 2 milhões.
Veículo: Folha de S. Paulo