Segundo a Amis, faturamento do setor em Minas Gerais cresceu 0,7% entre janeiro e maio
Apesar do momento negativo da economia brasileira, o faturamento do setor supermercadista de Minas Gerais cresceu 0,7% entre janeiro e maio na comparação com o mesmo intervalo do ano passado. As informações são do Termômetro de Vendas, divulgado ontem pela Associação Mineira de Supermercados (Amis).
De acordo com o superintendente da Amis, Adilson Rodrigues, o desempenho pode ser explicado por uma série de fatores que diferem o setor supermercadista de outras atividades econômicas. Um deles é o nível de atualização dos supermercados, que investiram de forma significativa na melhoria de seus processos nos últimos anos em função da concorrência acirrada no segmento. "Quem está atualizado vai sofrer menos com a crise", diz.
Ele aponta também o aumento do custo real neste ano. "Cada setor registrou um impacto e o nosso teve um que foi menor", afirma. Apesar disso, Rodrigues explica que os supermercados estão administrando aumentos em despesas como, por exemplo, tarifa de energia e tributos, para não repassar ao consumidor final. Na avaliação do superintendente, um dos principais entraves enfrentados pelo setor é a crise de confiança do consumidor. "As vezes há um pessimismo até mesmo infundado", afirma.
Conforme a pesquisa divulgada pela entidade, em maio na comparação com igual período do ano passado, houve ligeira queda, de 0,03%, no faturamento. Em relação ao período imediatamente anterior a receita dos supermercados mineiros recuou 0,16%. Os resultados são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Conforme a Amis, a maioria dos supermercadistas que responderam a pesquisa, afirmou que a queda em maio está ligada à base alta de abril, quando o setor teve um desempenho maior devido às vendas motivadas pela Semana Santa e Páscoa.
Entre as regiões do Estado, o melhor desempenho foi registrado na região Central, com avanço de 2,27% no faturamento em maio na comparação com abril. O pior resultado foi apurado no Centro-Oeste de Minas, com queda de 4,26% no período.
Otimismo - Mesmo com o resultado negativo em maio, os supermercadistas não temem por desaceleração nas vendas nos próximos meses. Eles apostam na apuração de resultados melhores em junho e julho por acreditarem num clima mais positivo na economia do País, de acordo com o Termômetro de Vendas.
Por outro lado, no mês passado a entidade revisou para baixo sua perspectiva de crescimento neste ano. A previsão, que era de um incremento de 2,5% no faturamento em 2015, agora deverá variar entre 1,5% e 2%.
Apesar de a estimativa de crescimento para este ano ter sido revista, o plano de investimentos do setor não foi alterado. A expectativa é de aportes de R$ 300 milhões em Minas Gerais em reforma e abertura de lojas. Nesta perspectiva, serão implantados 70 supermercados e reformados outros 75, sendo a maioria deles no interior do Estado e de menor porte.
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) divulgou nesta semana que o setor acumula crescimento de 0,59% entre janeiro e maio, ante igual intervalo de 2014. Na comparação de maio com o mesmo mês de 2014, a variação foi positiva em 0,34%. Já sobre abril, o resultado apresentou queda de 2,53%. Os números da Abras também são deflacionados pelo IPCA/IBGE.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG