Operação avaliada em € 1,7 bilhão promoverá sinergias no varejo da região nos próximos 3 anos
O grupo francês Casino anunciou nesta quinta-feira cedo uma reorganização societária de seus ativos da América Latina, para unificar seus negócios e simplificar sua estrutura.
Como parte desse acordo, o Casino assinou um contrato com a varejista colombiana Éxito, da qual é controlador, para ceder a ela 100% de Liberdad, sua filial na Argentina, assim como 18,8% do capital e 50% dos direitos de voto de sua filial brasileira GPA (Grupo Pão de Açúcar). Com essa operação, todas as atividades de varejo do Casino na América Latina ficam abaixo da de sua filial colombiana Éxito para reduzir custos.
Com essa transação, o Casino receberá € 1,7 bilhão com objetivo de reduzir sua dívida. O Casino conservará o controle do conjunto de suas filiais na América Latina e anunciou que não fará mudanças nas direções das filiais. O negócio torna a companhia francesa líder em varejo na região.
O Éxito passa a consolidar integralmente as demonstrações financeiras do GPA. Por sua vez, o Casino continuará sendo controlador do Éxito, com fatia de 54,8%, e continuará consolidando os dados financeiros de suas redes varejistas.
Na região, o Casino detém negócios no Brasil, Colômbia, Argentina e Uruguai, com US$ 34 bilhões em vendas e US$ 2,7 bilhões em lucro antes dos juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda), de acordo com dados de 2014.
A operação permitirá ao grupo francês sinergias de cerca de R$ 500 milhões nos próximos três anos, afirmou uma fonte próxima à transação.
As unidades da Colômbia, Brasil e Argentina têm cada uma peculiaridades que podem ser integradas umas às outras. Na Colômbia, por exemplo, a Éxito tem muitas lojas de descontos e um grande portfólio de produtos têxteis. O GPA poderá contribuir com seu modelo de varejo, que é muito forte no País em lojas de bairros, atacarejo e e-commerce.
A decisão de o Éxito abarcar todos os negócios reflete sua estrutura financeira mais líquida, menos endividada.Essa transação foi assessorada pelos bancos Rothschild, Merrill Lynch e consultoria da McKinsey.
Veículo: Jornal O Estado de S.Paulo