As vendas do Carrefour Brasil cresceram 9,9% no primeiro trimestre ante igual período do ano passado. Em meio à recessão vivida pelo País, o aumento foi exaltado pela direção da varejista durante teleconferência para divulgação dos números trimestrais. A alta, porém, ficou apenas um pouco acima da inflação e, quando o caixa da empresa é convertido para euros, o faturamento do Carrefour Brasil caiu 12,5% diante da desvalorização do real - o pior desempenho entre todas as filiais detalhadas no balanço.
Balanço divulgado nesta manhã mostra que, com câmbio constante, o movimento nas lojas abertas há mais de um ano cresceu quase dois dígitos no Brasil. "Na América Latina, continuamos com um quadro favorável, mesmo com o ambiente negativo. No Brasil, crescemos em todos os formatos: hipermercados, supermercados, lojas de conveniência e no Atacadão. Todos continuam mostrando números fortes", disse aos analistas o diretor financeiro do grupo, Pierre Jean Sivignon.
O executivo reconheceu, porém, que a alta nas vendas ficou apenas um ou dois pontos porcentuais acima da inflação. Ao ser questionado por um analista que confrontou as vendas com a inflação que girou em torno de 11% no período, Sivignon respondeu que a inflação de alimentos foi um pouco menor. "Esse número que você citou se refere à inflação total. O aumento dos alimentos ficou abaixo de 10%. Estimamos que a alta de alimentos tenha ficado entre 8% e 9%", disse.
O pior impacto, porém, foi gerado pelo câmbio. Com a perda de valor do real brasileiro acumulada ao longo do último ano, o faturamento do Carrefour Brasil com câmbio corrente caiu 12,5%, para 2,665 bilhões de euros. O balanço mostra que o faturamento em euros do Brasil foi o que mais caiu entre todas as filiais do grupo. Sivignon disse que o câmbio tem gerado "impacto significativo" no Brasil.
Apesar da queda, a filial ainda tem o maior faturamento entre todas as subsidiárias fora da França. Ao ser questionado por um analista sobre a situação econômica e política no Brasil, Sivignon respondeu apenas que o grupo reafirma a aposta pelo multiformato das lojas e o foco em alimentos. "Sou a última pessoa a comentar a economia no Brasil. Sei que está ligada à situação política que atualmente está em curso. Mas nós continuamos a nortear nosso crescimento em duas claras frentes: multiformatos e alimentos. E estamos atentos à moeda."
Veículo: Site IstoÉ Dinheiro