O prejuízo causado pela forte estiagem que atinge o Estado desde o início de 2015 é superior a R$ 3,6 bilhões, perda que irá impactar os preços de hortaliças, temperos, carne e laticínios
Em coletiva, realizada na tarde desta sexta-feira (16) no Palácio Anchieta, a Secretaria Estadual de Agricultura divulgou o prejuízo causado pela forte estiagem que atinge o Estado desde o início de 2015: R$ 3,6 bilhões, perda que irá impactar os preços de produtos agrícolas e pecuários até 2019.
“A inflação sobre alimentos foi superior a todos os outros índices oficiais no Brasil, o que promoveu a alta nos preços do café, do leite e da carne, além de alimentos de curto prazo para a compra, como hortaliças e temperos”, ressaltou o secretário Octaciano Neto.
A cafeicultura, a fruticultura e a olericultura amargam as piores perdas. A avaliação do cenário no Espírito santo foi feita com base em estudos feitos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A redução na produção agrícola de 2015 para2016, em comparação à safra de 2014, supera dois milhões de toneladas, que representam queda de 30% de toda a produção. “O valor perdido representa o triplo do orçamento de uma cidade como a Serra. Um número muito relevante, que atinge cada um dos 100 mil produtores rurais capixabas”, disse o secretário.
O impacto maior foi na lavoura cafeeira. Dados do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) mostram que as perdas previstas para este ano, somente na cafeicultura, são superiores a R$ 2 bilhões. Somente a produção do Café Conilon, tendo como base a produção de 2014, registrou uma queda de 40% na produção, se comparada com a projeção para 2016, e 23% a menos em relação a 2015.
Na fruticultura a perda foi de 434 mil toneladas de produtos como o mamão, laranja, abacaxi, goiaba, maracujá e cacau. Isso representou uma retração no valor de produção em R$ 957 milhões. Para se ter uma ideia do prejuízo, só o mamão teve queda de 56% em sua produção este ano, comparada ao ano de 2014. Ou seja, 144 mil toneladas a menos.
No ramo das oleirícolas, como tomate, cenoura, chuchu, inhame, gengibre, além das folhosas, a perda foi de 78 mil toneladas em 2015 e de 19 mil toneladas em 2016, o que representou a redução de R$ 228 milhões em valor de produção.
Na pecuária de leite serão 30,4 milhões de litros a menos produzidos em 2016 em comparação com 2014, uma queda de 10 milhões de litros do ano passado para este. O balanço da perda da pecuária de leite até agora se refere aos produtos inspecionados pelo Serviço de Inspeção Estadual (SIE), Serviço de Inspeção Municipal (SIM) ou Serviço de Inspeção Federal (SIF).
Fonte: Folha Vitória