O Atacadão, do grupo Carrefour, inaugura nesta quinta-feira (26) sua terceira unidade na Região Metropolitana de Goiânia. Com ela, a capital e Aparecida de Goiânia vão somar ao menos 18 atacarejos. O seguimento – que mescla atributos de atacado e varejo – tem preços mais competitivos e chegou a crescer até três vezes mais do que o de supermercados no País no ano passado, favorecido pelo orçamento limitado dos consumidores, segundo dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
A efervescência desse modelo de negócio é visível no Estado, onde as opções têm disparado, especialmente no Entorno do Distrito Federal e na Região Metropolitana. Nesta última, levantamento feito pela reportagem identificou que ao menos dez novas unidades foram abertas do ano passado para cá. Há ainda uma unidade da rede Dia a Dia, empresa do Distrito Federal, em construção no Jardim Balneário Meia Ponte.
“Goiás é, para nós, Estado de extrema importância”, diz o CEO do Atacadão, Roberto Müssnich, sobre onde estão presentes desde 2007. Porém, a nova operação será mais robusta do que a primeira da capital, feita para atender até 100 mil clientes por mês, pois foi construída nesse padrão em terreno adquirido há três anos. Não é adaptação do espaço de loja anterior e faz parte do plano ambicioso de expansão do grupo.
Ao todo, o Carrefour anunciou que investirá R$ 1,8 bilhão no País. “Quando tivemos há dois anos o início da crise, as pessoas passaram a procurar alternativa de preço mais confortável e descobriram a beleza do modelo.” A proposta de comprar mais pagando menos, como explica, fez com que consumidores passassem a fazer as primeiras visitas e houve fidelização de clientes.
Müssnich afirma que a preparação é tanto para atender pessoas físicas, famílias que vão fazer a compra do mês, como servir os pequenos comerciantes como um estoque para eles, donos de bares e mercadinhos, por exemplo. São 10 mil opções de produtos, que podem ser adquiridos em embalagens fechadas e fracionadas. Haverá ainda promoções por causa da inauguração da unidade que é 11ª de 20 novas inauguradas pelo grupo.
O Carrefour não revela o investimento realizado no empreendimento que vai gerar 230 empregos diretos e cerca de mil indiretos. Porém, o CEO do Atacadão diz que para Goiás ainda haverá novos investimentos ainda neste ano. Outras empresas de atacarejo também têm apostado na região e há novos projetos prometidos para Goiânia. Em paralelo, há aquelas que já atuam na região e que se adaptam para o segmento.
A loja Bretas da Vila Pedroso, por exemplo, foi reinaugurada recentemente com esse modelo comercial. Agora oferece desconto progressivo na compra a partir de três itens iguais. Gôndolas foram substituídas por racks, em que na parte de baixo estão os itens de varejo e acima as caixas do atacado. Com essa estratégia a expectativa é ter incremento de 30% nas vendas. A empresa possui outras quatro lojas neste modelo na capital.
Diante da expansão do atacarejo, o consultor de varejo Geraldo Rocha, da Partner Corporate, pontua que o modelo “ainda tem um tempo de duração ou de existência razoável”, porém ele acredita que as marcas consolidadas é que ficarão. Isso porque com a popularização ele analisa que há muita improvisação. “Empresas que não têm o DNA do atacarejo transformam supermercado em atacarejo e isso tem data de validade.”
O risco, como pontua, é conseguir segurar a margem e ter grandes negociações com indústria. “Há grandes chances de tropeço. O início de tudo é abastecimento de pequenas redes.”
Fonte: O Popular