O Carrefour Brasil teve lucro líquido de 440 milhões de reais no segundo trimestre deste ano, alta de 47 por cento em relação ao mesmo período de 2017, em um desempenho apoiado em expansão das vendas da rede de atacarejo Atacadão e nos efeitos causados pela queda da dívida do grupo e dos juros da economia.
O resultado mostrou semelhanças com a principal rival, o grupo GPA ,que na véspera divulgou lucro líquido de segundo trimestre quase cinco vezes maior que um ano antes, com forte expansão na receita de operações de atacarejo e ganhos com reversões de provisões tributárias.
Segundo o balanço, o Atacadão teve crescimento de quase 20 por cento no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado no segundo trimestre sobre um ano antes, para 593 milhões de reais. A empresa afirmou que a unidade, cujas lojas possuem grandes estoques de produtos, não sofreu “impacto significativo” decorrente da greve dos caminhoneiros.
Porém, a greve e a Páscoa no começo de abril, que antecipou as compras da época para o final do primeiro trimestre ante o ocorrido no ano passado, atingiram a divisão que reúne supermercados. O Ebitda ajustado da unidade caiu quase 38 por cento, para 161 milhões de reais. “Metade dessa diminuição veio do efeito calendário da Páscoa e do impacto da greve dos caminhoneiros”, afirmou o Carrefour Brasil no balanço.
A redução no desempenho da divisão “Carrefour varejo”, ocorreu ainda apesar da queda nas despesas com vendas, gerais e administrativas, de 1,8 por cento no trimestre sobre um ano antes. Enquanto isso, no Atacadão, que abriu 10 lojas no primeiro semestre, esta linha de despesa subiu 8,3 por cento no segundo trimestre sobre um ano antes.
O Carrefour Brasil afirmou que as vendas mesmas lojas, importante indicador de desempenho do varejo e que mede as vendas em lojas abertas há pelo menos um ano, aceleraram na comparação trimestral pela primeira vez nos últimos três trimestres, para 3,4 por cento, sem considerar postos de combustível.
Mas, novamente, o desempenho foi guiado pelo segmento de atacarejo, cujas vendas mesmas lojas subiram 4,5 por cento no segundo trimestre, enquanto no Carrefour varejo a alta foi de 0,8 por cento, excluindo a venda de combustíveis. No GPA, o desempenho informado pela empresa foi de alta de 4,7 por cento para o atacarejo Assaí e de 5,3 por cento na divisão que reúne supemercados e hipermercados.
“Nossa estratégia de expansão continua favorecendo os formatos de maior retorno com maior ênfase no ‘Cash & Carry’ (atacarejo)”, afirmou o Carrefour Brasil no balanço. A rede afirmou que as operações de comércio eletrônico foram as que tiveram maior crescimento no Carrefour varejo, com o valor bruto de vendas (GMV) disparando 123 por cento no segundo trimestre sobre o mesmo período do ano passado ante um crescimento do setor da ordem de 21 por cento. Parte dessa expansão ocorreu com o aumento do sortimento de produtos, que subiu 34 por cento sobre os três primeiros meses do ano.
A companhia, que mais cedo informou que vai pagar em 22 de agosto cerca de 122 milhões de reais em juros de sobre capital próprio aos acionistas, fechou o segundo trimestre com queda anual de 65 por cento no custo da dívida líquida, para 59 milhões de reais. Com isso, o resultado financeiro, que pesa sobre a linha final do balanço, ficou negativo em 55 milhões de reais ante 216 milhões negativos no segundo trimestre de 2017.
Fonte: Reuters