Nos últimos anos, a tecnologia levou a profundas mudanças no mundo corporativo. Além de obrigar as empresas a buscarem novos modelos de negócios, ela alterou a maneira como as companhias se relacionam com os clientes. Em sociedades cada vez mais conectadas, ter a capacidade de entender o comportamento e, ao mesmo tempo, oferecer soluções para o consumidor digital pode fazer a diferença entre um empreendimento bem-sucedido e outro, incapaz de decolar.
Um estudo inédito realizado pelo GPA, um dos maiores grupos varejistas do país e dono de marcas como Pão de Açúcar, Extra e Assai, comprovou a importância de ter projetos voltados para o ambiente digital. Segundo a pesquisa, 77% dos consumidores do GPA usam o celular para facilitar suas compras enquanto estão nas lojas da companhia.
Entre os clientes que usam os smartphones em seus processos de compras, 67% acessam os apps Pão de Açúcar Mais e Clube Extra para checar, ativar as ofertas disponíveis e realizar suas compras. Outros 12% resgatam prêmios, 11% buscam informações mais detalhadas sobre produtos e 10% utilizam os aplicativos para agendar a passagem no caixa, evitando filas.
Os aplicativos se tornaram fundamentais para os negócios da empresa. Segundo o GPA, os usuários de apps são mais assíduos do que os outros consumidores, visitando as lojas do Extra e do Pão de Açúcar o dobro de vezes na comparação com os que ainda não usam a tecnologia. Além disso, sempre de acordo com estudo do GPA, os consumidores digitais da rede têm um ticket médio 10% maior na comparação com o cliente que não é adepto dos aplicativos.
Se vão mais vezes às lojas e gastam valores médios superiores ao dos clientes não conectados, não é surpresa que os consumidores digitais se tornaram uma fonte de receitas vital para o grupo. Em 2018, as vendas para clientes usuários dos aplicativos somaram R$ 6,5 bilhões. Se os apps formassem uma empresa, ela estaria entre as 15 maiores varejistas do país.
Além de proporcionar bons resultados financeiros, a tecnologia permite às empresas conhecerem melhor os seus clientes. A partir da análise de dados, é possível identificar e entender melhor os hábitos de consumo e, assim, direcionar suas ações.
Hábitos saudáveis
O levantamento do GPA detectou, por exemplo, que 34% de seus clientes fidelizados compram os chamados “alimentos de indulgência”, como salgadinhos e sobremesas, enquanto 21% têm hábitos saudáveis. De posse dessas informações, a empresa pode lançar promoções ou oferecer produtos específicos de acordo com o perfil do cliente.
“Essas análises só são possíveis devido à alta recorrência de utilização dos aplicativos, que já somam mais de 9 milhões de downloads”, diz Teodoro Ornelas, diretor de Customer Experience do GPA. Segundo o executivo, do universo de clientes que têm o app, 30% abrem o dispositivo pelo menos uma vez por mês. Entre os que acessam o aplicativo, 40% convertem o clique em compra.
Os bons negócios gerados pelo consumidor digital têm levado o GPA a investir em novas frentes. Em Brasília, o Extra lançou recentemente a modalidade de entrega Express. Ao comprar no e-commerce da empresa, o cliente recebe as compras de supermercado no mesmo dia, em até quatro horas. Podem ser adquiridos produtos como alimentos e bebidas, itens de higiene e limpeza, acessórios automotivos e artigos para organização da casa. Apenas as categorias de eletrônicos e eletrodomésticos não se enquadram no Express.
Poucos setores da economia têm crescido em ritmo tão veloz no Brasil quanto o e-commerce. De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), as vendas devem atingir em 2019 R$ 79,9 bilhões, o que representará uma alta de 16% na comparação com o ano passado. Como o PIB brasileiro deve avançar em torno de 1% neste ano, o desempenho dos negócios on-line é, de fato, motivo para comemorar.
Fonte: Estado de Minas