As pessoas não estão abrindo mão de consumir mais e melhor quando o assunto é alimentação. Segundo o vice-presidente da Associação Catarinense de Supermercados (Acats) da Região Sul, Nazareno Dorneles Alves, o consumidor deixa de comprar um bem de consumo durável, mas não deixa de comprar comida, e isso tem chamado a atenção dos supermercados que estão se adaptando a nova forma de consumo: a busca por uma alimentação saudável.
Uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira, dia 10, no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que de julho para agosto quatro dos oito segmentos pesquisados tiveram alta: hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,6%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,2%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,8%) e livros, jornais, revistas e papelaria (0,2%).
A pesquisa revela que a população está colocando em primeiro lugar no orçamento: compras de primeira necessidade. Conforme o vice-presidente da Acats, além de dar prioridade para a alimentação, os consumidores estão mais atentos a origem do produto e ao bem estar que lhes oferecem. “O consumidor de hoje é mais consciente, independente da sua faixa etária e renda”, afirmou.
A mudança de hábito na hora das compras tem sido percebida e acompanhada de perto pelos supermercados. Prova disso são as mudanças nas prateleiras. Na região de Criciúma muitos estabelecimentos apresentam espaços específicos para a exposição de produtos que geram bem estar aos clientes, além dos produtos específicos para pessoas com restrição alimentar, explica Alves.
Os alimentos que tiveram um aumento na procura são: frutas e verduras, carne branca, carne suína e óleos especiais. O açúcar branco está sendo substituído pelo açúcar demerara. A indústria também está buscando se adaptar ao novo consumidor que está deixando de lado o chocolate ou não consumindo tanto. Alves comentou que as embalagens estão tendo a redução do peso de 500g para 200g, diminuindo também o valor. Já a venda de barras de cereais ganhou força.
O preço dos alimentos saudáveis não deve aumentar por conta da demanda. Conforme Alves, quanto mais o produto é consumido, mais se torna competitivo nas prateleiras, aumentando a oferta e diminuindo o valor.
Fonte: Engeplus