Heineken cria instituto inédito voltado às questões de ESG

Leia em 3min 30s

Uma verba significativa foi direcionada ao projeto pioneiro executado inicialmente no Brasil

 

Depois de anunciar, em fevereiro, Mauro Homem como o primeiro vice-presidente de sustentabilidade e assuntos corporativos do Grupo Heineken, a companhia agora reforça a agenda ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança) por meio da criação do Instituto Heineken Brasil, que começa a operar nesta quarta-feira, 6, e é o primeiro do grupo no mundo.

 

“Entendemos que este é o momento de ir além. Estavamos trabalhando mais fortemente com sustentabilidade, pela geração de energia verde, consumo consciente de água e circularidade; e ações em prol do consumo equilibrado, mas sentimos a necessidade de fazer mais na frente social”, diz Homem.

 

A partir de um mapeamento realizado desde o fim do ano passado, optou-se por iniciar o trabalho do Instituto com ambulantes, catadores e jovens em situação de vulnerabilidade a partir de um investimento de 10 milhões de reais neste ano. Quem estará à frente da operação é Beatriz de Sá, gerente executiva do Instituto Heineken.

 

“O modelo de instituto nos traz a possibilidade de trabalhar com ONGs, governos e outros parceiros. É uma forma de escalar os programas, impactar mais pessoas e até mesmo inspirar outras regiões de atuação da Heineken que ainda não segeuem neste formato”, afirma Sá. Em entrevista, os executivos detalharam os primeiros passos nas três frentes propostas:

 

Ambulantes: Em escala nacional, mas especialmente nos grandes centros, a proposta é oferecer educação para que sejam melhorados os processos de trabalho e venda. “Melhorar as habilidades do ambulante é essencial para que ele tenha mais renda e, consequentemente, acesso”, diz Homem.

 

Catadores: A intenção é capacitá-los para que eles tenham melhor aproveitamento dos materiais coletados e também aumentem a renda. Neste pilar é possível também fomentar a cadeia de reciclagem do vidro, buscando mecanismos de logística e melhores pagamentos pelo importante insumo para os negócios da Heineken. “Nas cooperativas, grande parte dos catadores são mulheres chefes de família”, diz Sá.

 

Jovens: Por meio da WeLab, plataforma de educação e apoio ao jovem, há a intenção de incentivar habilidades socioemocionais e educacionais de modo a gerar consumo responsável e empregabilidade. “Sabemos que o jovem brasileiro é afetado pelo desemprego, e, por vezes, recorre ao consumo inadequado de álcool. Queremos mudar isto”, diz Homem.

 

Com as ações, o Instituto Heineken espera impactar 10 mil ambulantes e catadores, além de 1 milhão de jovens até 2025. “Trabalharemos com mensuração de todos os nossos programas e projetos de forma a medir o impacto positivo que vamos gerar: a autopercepção dos participantes; se enxergam melhores perspectivas de futuro após terem passado pelos nossos programas e projetos; se houve progresso educacional entre os participantes pós envolvimento nos projetos; e se conseguimos contribuir para algum incremento de renda dos nossos públicos-alvo”, afirma Sá.

 

“É importante reforçar que as atividades geram impacto positivo na sociedade e, consequentemente, se conectam ao nosso negócio por valor compartilhado”, diz Homem.

 

O executivo afirma ainda que, internamente, a Heineken segue trabalhando com as ações de sustentabilidade, governança e sociedade por meio, por exemplo, do pilar de diversidade e inclusão que tem meta de 50% de mulheres em posição de liderança, assim como de ampliar a presença de pessoas pretas e pardas no quadro funcional.

 

ESG no Grupo Heineken

 

Em fevereiro, o Grupo Heineken, em parceria com o Governo de São Paulo, anunciou o investimento de R$ 320 milhões no estado para reforçar a agenda ESG (sigla para ambiental, social e govenança) que inclui a modernização das cervejarias localizadas nas cidades de Itu, Jacareí, Araraquara e Campos do Jordão.

 

O recurso será direcionado à ampliação do uso de energias renováveis, ao exemplo das caldeiras de biomassa, ao ganho de eficiência hídrica e ao crescimento de iniciativas voltadas para a circularidade de embalagens de vidro, um desafio para o setor, visto que hoje 30% do vidro usado pelo Grupo Heineken é importado.

 

Fonte: Exame


Veja também

Conheça como o agronegócio encara o ESG

Estudo do IBGC e KPMG com 367 produtores rurais revela como o setor trabalha as questões de governança, am...

Veja mais
Rede conclui processo para rastrear a carne de ponta a ponta

Protocolos feitos com IDH e CNA resultam na adoção de modelos sustentáveis na cadeia pecuári...

Veja mais
Coca-Cola Brasil e ANCAT fecham acordo para colocar catadores no centro da economia circular

Acordo inédito prevê ações objetivas para o aumento da participação da categori...

Veja mais
Indústria revê processos para ampliar agenda ESG

Segmentos distintos da economia focam em produção sustentável, atendendo à investidores e cl...

Veja mais
Ambev dá um passo importante na economia circular

Companhia está em contato direto com startups para implantar ações sustentáveis atraentes ao...

Veja mais
Coca-Cola endurece meta global de sustentabilidade

Grupo praticamente dobra a meta e antecipa seu cumprimento em 5 anos para ajudar o planeta   De olho na redu&cced...

Veja mais
Unilever adere a importante tratado ambiental da ONU

Iniciativa histórica representa o mais significativo passo desde o acordo de Paris     A Unilever Br...

Veja mais
Para os consumidores, supermercados podem fazer muito mais pela sustentabilidade

Estudo mostra que 67% dos americanos acreditam que as lojas do setor precisam melhorar suas iniciativas em prol do meio ...

Veja mais
ESG depende de padrões globais para avançar entre as corporações

Maior desafio está na definição de parâmetros para a divulgação de dados, diz K...

Veja mais