A Fórmula & Cia. - Manipulação e Drogaria, que está no mercado de Campinas há 21 anos e conta com as unidades em bairros como Sacramento, Centro e Cambuí; desde 2007 promove uma campanha com o tema "Remédio Vencido Não Vai para o Lixo". A campanha, pioneira no Brasil, foi lançada junto aos clientes da Fórmula & Cia. que tinham medicamentos industrializados vencidos em casa e que por falta de conhecimento descartavam esses produtos no lixo ou no vaso sanitário e com isso contaminavam o solo e o lençol freático ou até mesmo pondo em risco a vida e a segurança de catadores de lixo em aterros sanitários.
Preocupado em não contaminar o meio ambiente, o diretor da Fórmula & Cia., Marcos Ebert, contratou em 2004 a empresa Ambicamp, especializada em gerenciamento, coleta e destinação de resíduos, com sede em Campinas. Inicialmente a Ambicamp recolhia e dava a destinação final aos resíduos originados da formulação dos medicamentos de manipulação, além dos filtros de ar contaminados do sistema de ar-condicionado, bem como o material utilizado no laboratório durante a manipulação de uma fórmula de medicamento, como aventais, tocas, máscaras, flúor, e papéis usados na limpeza que ficam contaminados.
A partir de 2007, com o lançamento da campanha, a Ambicamp passou a recolher também os medicamentos industriais vencidos e depositados nas unidades da Fórmula & Cia. por seus clientes. Marcos Ebert disse que em quatro anos da campanha já foram recolhidos até janeiro deste ano 1,2 mil quilos de remédios vencidos. "Eu percebi que poderia estender aos meus clientes o serviço que já era feito internamente nas nossas unidades como forma de conscientizá-los sobre o fato de que o descarte incorreto causa sérios danos ao meio ambiente e hoje a gente conta com esse resultado de 1,2 mil quilos recolhidos desde 2007".
Ebert explica que o descarte final dos remédios vencidos, depositados pelas pessoas nos postos de coleta é feito pela empresa especializada Ambicamp, também responsável pela execução do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Saúde da Fórmula & Cia. Desde 2004, mesmo sem haver legislação específica na época, a Fórmula tem em operação o seu Plano de Gerenciamento de Resíduos. Em 2007, a Fórmula lançou a campanha "Remédio Vencido Não Vai Para o Lixo".
Custos
Toda essa operação de descarte é custeada integralmente pela Fórmula & Cia. A Fórmula & Cia. também é certificada pelo programa de excelência do SINAMM (Sistema Nacional de Aperfeiçoamento e Monitoramento Magistral) da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag). Nas suas instalações, a Fórmula & Cia. ostenta a chancela de um adesivo de porta e divulgação médica, comprovando aos clientes e à classe médica, que a empresa participa ativamente no programa e tem seus principais indicadores de qualidade monitorados pela Anfarmag.
A diretora Técnica da Ambicamp, Maria Luiza de Souza, disse que o recolhimento dos resíduos na unidade Sacramento, a maior da Fórmula & Cia. ocorre mensalmente e na unidade do Cambuí quadrimestralmente, no entanto quando há uma frequência maior de medicamentos industrializados vencidos depositados por clientes na unidade esse período de recolhimento pode ser menor.
Maria Luiza explicou que a Fórmula & Cia recebe em suas unidades uma barrica de fibra de papel Craft que tem a espessura adequada para incinerar os medicamentos e insumos contaminados descartados nessas embalagens adequadas. "Essas embalagens ficam na farmácia por um período. Nós preparamos uma embalagem vazia levamos lá e substituímos levando a cheia. Aqui na Ambicamp ela é pesada e lacrada e depois encaminhada para a destinação final que é a incineração. Após a incineração ter sido feita, as cinzas que sobram, ou seja, a escória nome técnico dado a essas cinzas, é retirada totalmente do incinerador e é depositada num local específico, que é um aterro classe 1, exclusivo para produtos perigosos".
Maria Luiza disse ainda que Campinas não dispõe desse tipo de aterro e a Ambicamp leva esse produto em veículos especiais para a empresa Essencis, cujo aterro classe 1 fica em Caieiras e também trabalha com o incinerador da empresa que fica em Taboão da Serra. Para ela, a formação de um aterro classe 1 é algo extremamente complexo que tem que ser preparado com muito critério, pois ele tem pedras e uma série de camadas de tecidos para proteger o solo que são geologicamente controlados e muito bem preparados para estar recebendo o resíduo. Eles são licenciados e reconhecidos pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), ligada à Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Dependendo da periculosidade do resíduo, o mesmo tem que ser capsulado, ou seja, o resíduo é colocado dentro de um bloco de cimento e depois colocado dentro do aterro.
Veículo: DCI