Sacolas sairão de cena em novembro

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Acordo realizado entre o governo do Estado de São Paulo e a Apas (Associação Paulista de Supermercados) prevê que até meados de novembro a distribuição de sacolinhas plásticas nos supermercados será extinguida. No dia 9, será assinado protocolo de intenções com ações que serão tomadas para conscientizar os clientes.

 

O consumidor terá seis meses para se adaptar à nova situação. "A intenção é que o governo e as empresas façam campanhas para orientar as pessoas sobre como acondicionar as compras", detalha o vice-presidente da Apas, Orlando Morando.

 

Segundo o executivo, os empresários que não aderirem à causa estarão livres de multa. Mesmo sem força de lei, a expectativa é de que nas primeiras semanas da campanha 30% das redes que atuam no Estado adequem suas operações ao novo cenário. As líderes do setor Grupo Pão de Açúcar, Carrefour e Walmart já desenvolvem ações que incentivam a redução de uso dos sacos plásticos pelos clientes.

 

EXEMPLO - A medida estadual tem como exemplo campanha realizada em Jundiaí, no interior paulista, que desde agosto baniu as sacolas plásticas. Morando acredita que a população verá com bons olhos a medida. "A sociedade está mais preocupada com o meio ambiente, consumo de produtos orgânicos."

 

Em Jundiaí, 75% da população aprovaram a ação intitulada Chega de Sufocar o Planeta, que tirou de circulação 80 toneladas de sacos consumidas por mês pelos 300 mil habitantes. O acordo prevê o uso de embalagens ecológicas retornáveis ou biodegradáveis.

 

O vice-presidente da Apas considera que sem gasto extra das sacolinhas, os estabelecimentos terão condições de baratear os preços de alguns produtos. "O consumidor nunca recebeu a sacola de graça. As embalagens consomem até 1% do faturamento. O valor é alto, pois a margem de lucro do setor é entre 3,5% e 4%."

 

ALTERNATIVAS - A partir de novembro o consumidor terá que levar suas próprias embalagens de casa para fazer as compras. As tradicionais sacolas serão substituídas por outras fabricadas à base de amido de milho, que é biodegradável e se decompõem em quatro meses. Cada uma será vendida a R$ 0,19. Caixas de papelão resistentes também serão comercializadas.

 

Em nota, a Plastivida (Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos) diz que o governo não ouviu todos os setores envolvidos, como a indústria, para tomar a decisão. "O acordo pode penalizar o consumidor. Existem alternativas de redução do consumo que preservam o meio ambiente, sem ferir o direito de escolha de cada um."

 

A entidade pontua que o programa de redução implementado em 2007 diminuiu em 4 bilhões o número de sacolas usadas.

 

Veículo: Diário do Grande ABC


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