Para empresas, proibição de sacola de plástico causará demissões e não diminuirá poluição
A 16 dias do fim da distribuição das sacolinhas em supermercados da capital, grandes redes varejistas travam uma guerra contra a indústria do plástico.
Gigantes como Pão de Açúcar, Carrefour e Walmart já aderiram ao acordo da Apas (Associação Paulista de Supermercados) com a Prefeitura de São Paulo, que prevê, a partir de 25 de janeiro, a substituição das sacolas de polietileno por ecobags (sacolas reutilizáveis) e sacolas biodegradáveis, que serão vendidas a R$ 0,19.
Enquanto isso, a indústria do plástico ataca dizendo que os mercados economizarão às custas dos clientes e que a poluição continuará (por conta da produção maior de CO2 na fabricação dos substitutos).
A industria aponta aida que as caixas de papelão e as ecobags geram maior contaminação dos produtos por concentrarem mais bactérias e coliformes fecais, segundo um estudo.
A Apas afirma que a mudança na capital é um processo irreversível, que se expandiu para a esfera estadual. Várias cidades passaram a seguir o bem-sucedido modelo adotado por Jundiaí (58 km de São Paulo), onde 77% dos habitantes aprovam o fim da distribuição de sacolas.
Críticas
A indústria do plástico dispara críticas à ofensiva contra as sacolinhas de polietileno. "É muito mais fácil eliminar o produto do que reconhecer uma deficiência. O varejo distribui sacolas fora de norma, que rasgam e aumentam o desperdício. A prefeitura não faz coleta seletiva de sacolas", dispara o presidente da Plastivida, Niguel Bahiense.
Ele ainda afirma que a mudança pode acabar com 30 mil empregos no Estado. Enquanto isso, os mercados dizem economizar R$ 72 milhões mensais com o acordo, custo das 2,4 bilhões de sacolinhas que deixarão de ser distribuídas,
Para o ambientalista Carlos Bocuhy, o fim das sacolinhas é importante, mas são necessárias ações para reduzir todas as embalagens descartáveis.
Veículo: Agora S.Paulo