E-mile faz a coleta de 50 t de lixo eletrônico

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A E-mile coleta televisões, monitores de computador, videocassete, entre outros, já fora de uso

 

O descarte de materiais eletroeletrônicos é uma grande dor de cabeça tanto para pessoas físicas quanto para empresas. Sem um destino certo, esse material acaba sendo armazenado e ocupando espaços que, muitas vezes, poderiam ser utilizados para outros fins. Percebendo essa lacuna de mercado, os sócios Carlos Augusto dos Santos, Fernanda Marciliana e Ricardo Newton Pinto Vieira abriram, há cerca de um ano, a empresa E-mile Ltda, especializada em reciclagem de eletroeletrônicos.

 

A sócia-proprietária da E-mile, Fernanda Marciliana, explica que seus dois sócios são químicos e já trabalhavam há algum tempo com questões ambientais. "Eles perceberam que alguns fatores estavam aumentando o volume de descarte diário de materiais eletroeletrônicos. Diante desse cenário e, com a inexistência de alternativas para o descarte adequado desse tipo de lixo, nós criamos a E-mile, com a tarefa de desbravar um mercado promissor e, ao mesmo tempo, inovador."

 

A empresa criou forças dentro da incubadora de empresas Itebe, localizada dentro da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), campus Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Com sede na mesma cidade, ela atua em toda a Grande BH. "As pessoas nos contatam e nós fazemos a coleta na residência ou na empresa. Recebemos material guardado há anos.  montada uma rota para o dia de acordo com as regiões que têm mais equipamentos para buscar, assim conseguimos cobrir toda a RMBH", observa.

 

A E-mile coleta entre 40 e 50 toneladas de equipamentos por mês, entre televisões, monitores de computador, videocassete, entre outros. A empresa só não aceita lâmpadas fluorescentes e geladeiras devido ao gás UFC e ao mercúrio presentes nesses equipamentos. Após a coleta, o material é desmontado. "Separamos itens como carcaça, fio e parafuso e vendemos isso para a indústria. Então eles voltam para a cadeia produtiva como matéria-prima", observa Fernanda Marciliana. A E-mile vende, em média, 30 toneladas de material reciclado por mês.

 

Ela afirma que, mesmo com o número parecendo alto, a quantidade ainda é baixa. "Trabalhar com material reciclável exige uma escala grande, pois o valor pago por ele é baixo. O valor de mercado de alguns itens é de R$ 0,50 o quilo. Somente agora, após um ano de atividades, estamos começando a ter fluxo de caixa, mas estamos em fase de investimentos na empresa", diz. O aporte está direcionado à divulgação do trabalho e à conscientização da população sobre o descarte correto dos materiais eletroeletrônicos.

 

A E-mile tem parceria com algumas escolas e instituições, onde instala coletores para que as pessoas possam deixar os materiais eletroeletrônicos. Também são feitas palestras de conscientização nesses locais. Com esse trabalho, o objetivo da empresa é expandir a atuação para todo o Estado. "Hoje, nós podemos buscar material no interior de Minas mas, para isso, é necessário juntar uma quantidade que justifique o deslocamento. Nosso maior gasto, nesses casos, é com o transporte", afirma. Atualmente, 11 pessoas trabalham na empresa.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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