Cartões de plástico descartados de forma segura e sustentável

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Empresa disponibiliza a partir deste mês nas estações do metrô paulistano e nos prédios da USP, máquina que tritura o cartão na presença do usuário, permitindo o reúso dos resíduos

A arte de colecionar objetos, que muitas vezes não passam de lixo acumulado é intrínseco
a qualquer ser humano. Mas o apego desnecessário a alguns deles pode estar diretamente relacionado ao receio de eliminá-lo, principalmente quando se trata de cartões, justamente
por conta de a segurança ser o ponto mais delicado nesta operação.

Mas ao que indica Flávia Goldemberg, consultora de sustentabilidade da RS de Paula, esse aparente problema já tem dias contados.

Ainda neste mês, a empresa deve disponibilizar nas estações do metrô da cidade de São Paulo e nos espaços da Universidade de São Paulo (USP) máquinas coletoras e trituradoras de cartões. “A trituração imediata do cartão aos olhos do usuário é a garantia de segurança
que oferecemos na operação.


Quando o usuário decide se desfazer de seus cartões, seu comportamento é diferente de quando descarta uma garrafa ou uma embalagem qualquer. Isso porque sua identidade está contida nas informações que estes cartões carregam”, contextualiza.

O objetivo da empresa, segundo Flávia, é utilizar os resíduos gerados na trituração para fabricação de novos objetos como até mesmo novos cartões de fidelidade,seguro e saúde, na
produção de material promocional e de outros bens duráveis como pisos e telhas, dando origem
ao Programa de Logística Reversa de Cartões (RC).

“Sabemos que os materiais não podem continuar a ser descartados indefinidamente no meio ambiente, pois isto gera um custo para a sociedade que já está sendo cobrado, como por exemplo,no caso das mudanças climáticas”,argumenta.

Apesar de só agora o cidadão ter acesso à máquina, ela já estava há um ano em operação nos prédios administrativos do metrô. “Nesse período conseguimos recolher 30% dos cartões em posse dos usuários nestes prédios. Isso mostra que cada um de nós é capaz de afirmar que tem em algum lugar da casa ou até mesmo na carteira alguns cartões que já não servem para nada”, conta.

Segundo a RS de Paula, cada brasileiro tem, em média, de 3 a 5 cartões de PVC. Já a quantidade emitida por empresas e instituições de várias áreas supera os 700 milhões, dados que dão apoio ao Programa de Logística Reversa de Cartões (RC).

O grande desafio da empresa, segundo Flávia, é saber como a população vai encarar a estação
trituradora. Por conta disso ainda não é possível fazer projeções de quantidade de resíduos
que serão gerados. “Tudo vai depender da demanda que certamente terá um comportamento diferente de acordo com cada região. No entanto, vamos trabalhar com sistema que prevê
visita diária às máquinas”, diz, lembrando que a estação de coleta tem capacidade máxima para triturar 25 quilos de cartão, que corresponde a algo em torno de 7 a 10 mil plásticos.

Para que o trabalho da RS de Paula ganhe dimensão, Flávia conta também que o objetivo da empresa é desenvolver o projeto em parceria com comunidades locais, colaborando assim para mais geração de renda na região e desenvolvimento de produtos com a utilização desses resíduos. “Queremos atrair parcerias tanto de empresas que possam desenvolver tecnologias que permita a reutilização do resíduo, como interessadas em utilizar as estações como um meio de comunicação com seus clientes para uma consciência mais sustentável”.

O Programa de Logística Reversa de Cartões não vai ficar limitado apenas à capital paulista,
mas a até o final do ano deve atender também a população do Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belo Horizonte, segundo aposta a RS de Paula. “Esse programa que estamos implantando é algo novo no país e até mesmo no mundo. Não conheço algo nesse sentido, por conta disso, queremos atender em breve o país todo”, afirma.

Flávia aponta ainda que o fato de a máquina não precisar de energia elétrica para funcionar,
bastando apenas um giro da manivela pelo usuário, ela pode ficar em qualquer espaço publico.

“Seja em hospitais,shoppings centers e até mesmo aeroportos”, conta, prevendo a possibilidade de a máquina chegar a esses lugares.
 

Veículo: Brasil Econômico


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