Setor de brindes aposta nas ecobags

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Mesmo após decisão do Tribunal de Justiça no fim do mês, que determinou a volta das sacolas descartáveis - banidas dos supermercados desde abril - as ecobags (sacolas de pano) e retornáveis (feitas com plástico mais resistente) vêm ganhando cada vez mais espaço na casa dos consumidores. O produto, portanto, também está aquecendo o setor de brindes, que tenta recuperar o fôlego perdido nos últimos anos. Em 2009, o segmento registrou queda de 8%, perda equivalente a R$ 1 bilhão no faturamento, por conta da crise financeira e da proibição da entrega de mimos pela indústria farmacêutica.

Ranking da Bríndice, empresa que edita catálogo de brindes para fabricantes e organizadora de feira do setor, aponta que as ecobags e as retornáveis ocupam a quarta e a sétima posições, respectivamente, entre os itens mais comprados para lembrancinhas. Segundo o diretor da Bríndice, Luiz Roberto Salvador, a expectativa é que o setor fature 3% a mais neste ano, em relação a 2011. O montante deve saltar de R$ 5,3 bilhões para R$ 5,5 bilhões. A previsão é que R$ 200 milhões do montante sejam relacionados às vendas das embalagens ecologicamente corretas, o que significa 3,6% do total. "A sacola é algo do momento. É o item de destaque do setor", comenta Salvador.

A ABC Gifts, que confecciona brindes com o emblema de empresas, começou a produção das sacolas ecológicas em janeiro. É o primeiro produto totalmente fabricado dentro das dependências da companhia - sediada em São Caetano. A iniciativa de comercializar o item surgiu depois que as embalagens descartáveis foram retiradas dos supermercados. "Aproveitando que não tem mais sacolinhas nos estabelecimentos, por que não fazer propaganda? As empresas começaram a ver que fazendo uma sacola com seu logo, sua marca seria divulgada ainda mais", explica a gerente da empresa, Evelyn Hofer.

Ela conta que suas sacolas custam entre R$ 3,50 e R$ 12 e são vendidas 500 delas por mês. No entanto, ainda não dá para mensurar a representatividade desse produto para o caixa da empresa. "Estamos engatinhando ainda. Mas já sabemos que a venda delas ajuda no faturamento", diz Evelyn.

Em fevereiro, por exemplo, tanto as canetas como as sacolas representaram 20% das vendas. "A sacola é meu único item de produção própria, a gente tem que investir nele", justifica. No entanto, a concorrência chinesa também está afetando a produção das embalagens ecológicas. O proprietário da empresa de brindes Sigma, em Santo André, Marcelo de Almeida, não conseguiu ingressar nesse mercado. "Não tive preço para concorrer. Em um supermercado, por exemplo, a sacola ecológica é vendida por R$ 2,99; o meu preço final é R$ 3,60".

FEIRA - A maior feira do setor, a Promo Bríndice, começa hoje e vai até o dia 13, no Expo Center Norte, em São Paulo. A visitação para empresas compradoras de brindes é gratuita. O público esperado é de cerca de 10 mil visitantes.

 
Veículo: Diário do Grande ABC - SP


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