O Sinditêxtil de São Paulo lançou, no Auditório do Senai Vestuário, no Bom Retiro, em São Paulo, o Projeto "Retalho Fashion", que pretende organizar o descarte e a coleta de resíduos têxteis (retalhos) e vendê-los a indústrias recicladoras. A ideia é capacitar pessoas para a coleta e seleção do material, gerando emprego e renda. A iniciativa tem apoio do Senai-SP, Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e Câmara de Dirigentes Lojistas do Bom Retiro, além da prefeitura.
Em 2011, o Brasil importou 13.477 toneladas de trapos de tecidos, mais de US$ 13 milhões, para abastecer empresas que compram e reciclam este material. Só o Bom Retiro, onde funcionam 1.200 confecções, tem a produção de mais de 12 toneladas de resíduos têxteis por dia. Pela lei, só os que produzem acima de 200 litros de lixo diário têm de contratar uma empresa para recolhê-lo. Logo, a maioria dos comerciantes descarta o que sobra, na frente de seu estabalecimento. O tecido de poliamida (náilon) demora 30 anos para se decompor e o poliéster leva mais de cem anos.
A sobra de tecido pode ser insumo para forração de automóveis e colchões, pluma, fabricação de novos fios, tecidos, sacolas de supermercado, feltros e outros. Para Alfredo Emílo Bonduki, presidente do Sinditêxtil-SP, não faz sentido importar retalhos se descartamos de maneira incorreta o mesmo material. "O Brasil é o quarto maior produtor mundial de algodão e não podemos continuar importando o que jogamos no lixo", comentou Bonduki.
Veículo: DCI