O ato de escovar os dentes sem agredir o planeta

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Empresa do Rio de Janeiro investiu € 1 milhão na produção de escovas biodegradáveis, que começam a chegar às farmácias no fim do mês


Todos os anos, 26 bilhões de escovas de dente são descartadas emtodas as partes do mundo. Somente no Brasil, são 768 milhões. Uma montanha de lixo que gera forte impacto ambiental.Omaterial plástico demora até 400 anos em sua versão convencional para se degradar.

Descobrir uma tecnologia que agregasse funcionalidade, qualidade, design e, ao mesmo tempo, respeito ao meio ambiente se tornou o desafio do dentista Avelino Veit, CEO da Veit Produtos Oral Care. “Nós queríamos uma escova biodegradável e iniciamos uma verdadeira peregrinação por centros acadêmicos e indústrias. No entanto, só chegávamos ao material à base de amido de milho, que, por sua porosidade e outros fatores, derrete com três, quatro dias de uso.

Mas insistimos na busca e encontramos uma empresa francesa que fabrica produtos à base de ácido polilático, material de alta resistência derivado de fontes renováveis”, explica o Dr Veit. O fabricante já produzia outros objetos com esse material, entre eles embalagens e copos, mas não escovas dentais. A empresa de Veit, que tem outros dois sócios, um deles especialista na área farmacêutica, assumiu o pioneirismo da tecnologia para produzir as escovas dentais

A escovaDr Veit Bio é resultado de investimentos iniciais de ¤ 1 milhão, desembolsados pelos próprios sócios. Mas o dentista diz que valeu a pena.O produto é fabricado parte na França e parte na China. O primeiro lote de 300 mil unidades chega ao Brasil no final deste mês, para venda em grandes redes de farmácias no país.

O preço médio vai de R$ 7 e R$ 9 a unidade. O produto, quando descartado, leva em média seis meses para se degradar. “Vamos trabalhar a entrada do produto nos primeiros dois anos sem pensar em lucro. A procura é grande pelas escovas. Desenvolvemos um produto com design, qualidade, durabilidade e que respeita omeio ambiente. A embalagem também é feita em papel que é biodegradável e em uma única cor”, destaca Veit.

O próximo passo é buscar investidores e, segundo o dentista, já existem interessados, mesmo com toda a força da indústria que domina o mercado na categoria. Um dos projetos é produzir no Brasil as escovas mas, antes é preciso ganhar escala já que, segundo ele, a carga excessiva de tributosno país dificulta a produção local. Aempresa de Veit já tem uma “pegada” ecológica antesmesmo da existência da escova Veit Bio. Os demais produtos não são biodegradáveis mas, diz ele, há um trabalho de conscientização ambiental por meio doselo Salve o Planeta Azul.

No cabo de nossas escovas, por exemplo, há um relevo reproduzindo a forma de uma gotinhad’água. Oapelo visual é para lembrar o risco de escassez de água no mundo. “Queremos estimular que a pessoa feche a torneira enquanto escova os dentes.Em cada escovação são 11 litros de água a menos, no mês são 1000 litros por pessoa. Essa atitude pode se estender a outros hábitos diários. Um banho não precisa ser de meia hora. Dessa filosofia surgiu o selo, propagando pequenas iniciativas que fazem a diferença”, diz Veit.

 

 

 

 



Veículo: Brasil Econômico


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