Parceria para crescimento sustentado e sustentável

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O mundo corporativo brasileiro já se acostumou com termos como responsabilidade ambiental, ações socialmente corretas e sustentabilidade, entretanto, a aplicação consciente e global desses conceitos ainda gera dúvidas e desconfiança na maioria dos empresários. Diante desse quadro em que o Brasil não aparece entre as nações líderes, a Fundação Dom Cabral (FDC), com sede em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), criou, há pouco mais de dois anos, a Parceria para o Crescimento Sustentado e Sustentável (PCSS).

A parceria reúne empreendedores e empresas de médio e grande portes com o objetivo comum de descobrir novos modelos de crescimento contínuo e sustentável. Em encontros orientados, as empresas vão buscar seu espírito empreendedor original e criar novos modelos de gestão capazes de gerar crescimento e lucro, no eixo sustentado, e também promover o desenvolvimento sustentável de todos os atores sociais do seu entorno.

Para o professor e gerente coordenador da PCSS, Fabian Salum, a maior parte das empresas brasileiras entende o negócio apenas pelo viés sustentado e as práticas sustentáveis se restringem a ações pontuais que não compõem com o primeiro conceito uma estratégia de crescimento.

Parceria para crescimento sustentado e sustentável"O nosso desafio é unir os dois "S". O primeiro, ‘sustentado’ é o da perenidade, da confiança e do lucro, objetivo final de toda empresa. O segundo, ‘sustentável’ é o que gera mudanças para o entorno, afeta positivamente os atores sociais e implementa práticas legais e socioambientais. Buscamos por empresas que tenham no seu DNA o desejo de buscar dentro da sua cadeia produtiva e entre seus públicos interessados o primeiro S, criando e compartilhando valores. O objetivo é que as empresas pensem e tracem estratégias de crescimento baseadas na união desses conceitos", explica Salum.

Para atingir a meta, a PCSS foca sua ação nos executivos chefes (CEO) e presidentes das empresas. Com visitas programadas às empresas e tarefas predeterminadas, o método consiste em criar uma rotina que tira o principal executivo de um isolamento bastante comum. "Os CEOs, muitas vezes, se afastam das equipes pelo próprio dia a dia e responsabilidades. Ele não pode, nunca, titubear diante do conselho ou das equipes, por isso, essa é uma função desgastante e que tende ao isolamento. Faz parte do nosso trabalho estreitar essas relações e ajudar a criar uma rotina que resulte no planejamento de estratégias de crescimento sustentável", reforça o coordenador da PCSS.

Parceria para crescimento sustentado e sustentável

Curva - Para Salum, as empresas não devem esperar pela maturidade dos negócios para pensar em estratégias sustentáveis de crescimento. Em um ciclo normal de grandes empresas de sucesso, essa fase costuma chegar por volta dos 30 anos. O momento de planejar essas novas estratégias, que podem vir em forma de novos produtos e serviços, reposicionamento da empresa, criação de novas empresas com a formação de uma holding ou inovações, por exemplo, deve ser ainda quando a empresa vive a sua curva de crescimento.

"Para suportar esse planejamento a empresa já deve estar consolidada, porém, ainda vivendo seu vetor de crescimento. Se ela espera pelo auge pode ser que só perceba quando esse ponto passar e aí fica cada vez mais difícil inverter a curva que já começa a declinar", frisa.

Excetuando as empresas de base tecnológica, em que o processo de maturação é muito acelerado, na maioria dos setores, o primeiro ciclo de vida das empresas costuma coincidir com a vida profissional do seu principal executivo.

Sendo assim, o objetivo da PCSS é gerar novo ciclo de crescimento a partir da leitura precisa do cenário de cada corporação. "A maioria dos gestores tem as informações, mas não consegue sistematizá-las para criar um plano para o crescimento. O nosso papel, então, como escola de negócios e com o rigor da disciplina, é ajudar a criar essa rotina e antecipar dificuldades e cenários para que essas empresas consigam unir o sustentado e o sustentável", completa.

 com esse raciocínio que o professor justifica a escolha de empresas de médio e grande portes para compor a parceria. "São elas que possuem estrutura e maturidade para implantar esses objetivos, além de liderarem cadeias produtivas extensas e organizadas, que serão atingidas e multiplicarão todo o conceito. Ainda vale ressaltar que elas servem de exemplo fora das suas cadeias e seus interessados, ajudando no movimento de divulgação e popularização do conceito".



Veículo: Diário do Comércio - MG


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