A Coca-Cola e a empresa indiana JBF Industries lançam hoje em Araraquara (SP) a pedra fundamental de uma fábrica da resina BioMeg, utilizada na produção da PlantBottle, garrafa PET reciclável de origem vegetal. O valor do investimento não foi divulgado.
Atualmente, existe apenas uma fábrica do tipo, na Índia, responsável por fornecer a resina para a Coca-Cola em todo o mundo, inclusive no Brasil. A unidade, que será construída pela JBF, deve começar a operar em 2015 e terá capacidade de produzir até 440 mil toneladas da resina por ano. A Coca-Cola se comprometeu a adquirir a totalidade da produção nos três primeiros anos de operação.
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A indiana JBF foi criada em 1982 e possui fábricas em seu país de origem e em Cingapura. O vice-presidente de sustentabilidade da Coca-Cola, Marco Simões, disse que cerca de 20% da produção da fábrica será destinada ao Brasil e o restante será exportado para outros países. A fábrica da Índia ficará responsável por fornecer o material para os mercados orientais.
A decisão de instalar a fábrica no Brasil foi tomada para facilitar o atendimento de mercados nas Américas e Europa. Contou pontos a favor do Estado de São Paulo a cadeia de produtores e de logística para o etanol.
Coca-Cola comprará resina "verde" no Brasil
A Coca-Cola e a empresa indiana JBF Industries lançam hoje em Araraquara, no interior de São Paulo, a pedra fundamental de uma fábrica da resina BioMeg, utilizada na produção da "plantbottle", garrafa PET reciclável de origem vegetal. Atualmente, existe apenas uma fábrica do tipo, na Índia, responsável por fornecer a resina para a Coca-Cola em todo o mundo, inclusive para o Brasil. A unidade, que será construída pela JBF, deverá começar a operar em 2015 e terá capacidade de produzir até 440 mil toneladas da resina por ano. A Coca-Cola se comprometeu a adquirir a totalidade da produção nos três primeiros anos de operação.
O investimento na unidade brasileira não foi revelado, mas ficará todo por conta da indiana JBF, empresa fundada em 1982 e que possui fábricas no país asiático e em Cingapura. A companhia produz, entre outros, fibras e fios de poliéster e resinas para garrafas PET. Além da Coca-Cola, a empresa também vende a resina "sustentável" para a fabricante de ketchup Heinz.
O vice-presidente de comunicação e sustentabilidade da Coca-Cola Brasil, Marco Simões, diz que cerca de 20% da produção da nova fábrica serão destinados ao Brasil, enquanto o restante irá para as Américas e a Europa. A unidade da JBF na Índia ficará responsável por fornecer o insumo para os países orientais.
Produzida a partir do etanol, a resina vegetal BioMeg compõe 30% do material das garrafas "plantbottle" de 2 litros de Coca-Cola e por todas as garrafas da água sem gás Crystal vendidas no país. Desde 2010 já foram vendidas 600 milhões de unidades desse tipo de garrafa no Brasil. Os 70% restantes do material são compostos pelo ácido teraftálico (PTA), que se junta com o BioMeg para formar a resina PET. A tecnologia de uso do etanol para a formação do BioMeg é utilizada pela Coca-Cola desde 2010. Até então, o monoetilenoglicol (MEG) utilizado nas garrafas PET tinha origem apenas petroquímica.
A decisão de instalar a fábrica no Brasil é logística, para atendimento dos mercados das Américas e da Europa, diz Simões. Contou pontos a favor do Estado de São Paulo, a cadeia de produtores e de logística para o etanol. "Uma das vantagens é que se cria uma rede de suprimentos diferenciada, deixamos de depender tanto do petróleo para contar com a indústria do etanol", disse o executivo. "Araraquara foi escolhida por ter uma cadeia de suprimentos já montada".
A meta da Coca-Cola Brasil é que todas as garrafas PET vendidas no país tenham o BioMeg em sua composição até 2017. Atualmente, segundo a companhia, mais de 10 bilhões de garrafas desse tipo já foram vendidas no mundo, e não há diferença de custos entre a "plantbottle" e as garrafas de PET feitas com o MEG petroquímico. "Mas quando o petróleo sobe, você passa a ter uma vantagem competitiva".
A expectativa, no entanto, é que o custo final da nova garrafa com resina produzida no Brasil seja menor que o da garrafa feita com resina importada da Índia, mas, para a gigante dos refrigerantes, essa diferença ainda não pode ser mensurada. Segundo a Coca-Cola, é possível que o preço final tenha diferença, principalmente porque não haverá custo de importação nem frete.
O Brasil é o quarto maior mercado da Coca-Cola em volume de vendas, depois de Estados Unidos, México e China. Em 2011, a empresa vendeu 10,7 bilhões de litros de seus produtos no Brasil, 1% a mais que em 2010.
Veículo: Valor Econômico