A fabricante francesa de laticínios Danone, em parceria com o Instituto Nenuca de Desenvolvimento Sustentável (Insea) e o Movimento Nacional de Catadores (MNCR), está apoiando catadores de materiais recicláveis de 24 cidades do Sul de Minas Gerais. A companhia, que tem unidade fabril em dois municípios da região (Poços de Caldas e Jacutinga), criou, há cerca de um ano, o Projeto Novo Ciclo e, nesse período, já conseguiu elevar a renda média desses profissionais de R$ 465 para R$ 722.
O projeto envolve dois pilares principais. O primeiro é a construção de uma rede de cooperativas para a recuperação dos materiais recicláveis por meio de um modelo social que potencializa o espírito empreendedor dos catadores. Já fazem parte do projeto cerca de 900 profissionais de 27 cooperativas situadas nas cidades participantes. O segundo pilar é a implantação de um programa de coleta seletiva nos municípios, o que vai fortalecer essas cooperativas.
Fazem parte do projeto as seguintes cidades do Sul do Estado: Alfenas, Cachoeira de Minas, Campanha, Cássia, Boa Esperança, Elói Mendes, Guaxupé, Itajubá, Jacutinga, Lavras, Machado, Monte Sião, Cambuquira, Passos, Piranguçu, Piranguinho, Poços de Caldas, Pouso Alegre, São Lourenço, São Sebastião do Paraíso, Três Corações, Três Pontas, Varginha e Nepomuceno.
Para os catadores, a implementação do projeto contribui de forma decisiva para a melhoria das condições de vida e trabalho. "Haverá assistência técnica às cooperativas e deve-se favorecer a articulação de parcerias para que elas acessem fundos para adquirir os equipamentos necessários à atividade, favorecendo o aumento da produtividade dos trabalhadores", informa a Danone.
Com o modelo de organização em rede, o projeto pretende proporcionar um maior volume na venda do material e, como conseqüência, agregar valor a ele, o que facilitará o acesso à industria. Assim, o resultado é que a renda dos catadores também melhorará, já que eles passarão a aumentar a participação na cadeia da reciclagem, que hoje ainda possui muitos intermediários entre catadores e indústrias.
No primeiro ano de operação do projeto Novo Ciclo já foram alcançados alguns resultados relevantes. A renda média dos catadores, antes de R$ 465, aumentou para R$ 722 e a eficiência deles também cresceu, passando de cerca de 40 quilos por catador por dia para mais de 74 quilos. O programa ainda inclui treinamentos e capacitação dos participantes, em tópicos que abordam desde a educação básica passando por aspectos técnicos, até gestão, administrativos e financeiros.
As cidades que sediam o projeto também colhem os frutos, já que o trabalho de coleta seletiva é fortalecido por ele. Em um período de quatro anos (2012-2015), espera-se que o Programa de Coleta Seletiva contribua para aumentar em quatro vezes o percentual de reciclagem nas 24 cidades, dos atuais 5% para 20%.
Veículo: Diário do Comércio - MG