Enquanto a reciclagem de latas de alumínio chega a quase 98%, a de latas de aço atinge índice de apenas 48%. Para elevar isso, a associação Prolata inaugurou ontem o seu primeiro centro modelo no bairro de Pirituba, na capital paulista. Com um investimento de R$ 1 milhão de 15 associadas da Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço), o objetivo é aumentar a reciclabilidade do material para 60% até o final de 2014.
"A nossa expectativa é formalizar o sistema de reciclagem da lata de aço e engajar o consumidor nessa empreitada", afirmou ao DCI a gerente executiva da Abeaço, Thaís Fagury. A entidade é parceira da Associação Brasileira dos Fabricantes de Tinta (Abrafiti) no apoio e organização dos centros modelos que, ao todo, somarão 12 unidades, uma em cada cidade-sede da Copa de 2014.
O centro tem capacidade para receber e reciclar até 2 mil toneladas de embalagens de aço pós-consumo por mês. O material é classificado, prensado e enviado para siderúrgicas transformarem o produto em novas chapas metálicas para reutilização. Segundo a Prolata, o centro é o primeiro do Brasil a trabalhar formalmente dentro das normas da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
"O que os nossos estudos demonstram é que as siderúrgicas são capazes de absorver todo o volume de latas de aço consumido no Brasil", destaca Thaís. Ela explica que qualquer consumidor ou cooperativas de catadores, hotéis, restaurantes, lojas, condomínios e clubes será remunerado pelo material vendido. O preço de aquisição da sucata será definido com base no mercado vigente.
O beneficiado poderá ainda resgatar os pontos acumulados com a entrega de embalagens na forma de cursos de capacitação, que serão oferecidos pelos centros modelos. A verba destes cursos virá da Abeaço e da Abrafiti. "Vamos identificar as necessidades de cada cooperativa e assim formar a grade de cursos de capacitação", diz Thaís. Cursos de inglês e de informática são alguns dos programas a serem oferecidos.
Assim como o centro de reciclagem de Pirituba, todos os outros onze serão autossuficientes, ou seja, as fontes de recursos para a manutenção serão obtidas com a venda dos materiais reciclados. Além disso, afirma Thaís, todos serão vinculados às siderúrgicas, que garantirão a compra do material.
Veículo: DCI