Rio - Diante da maior demanda do comércio e das residências, o consumo de energia elétrica cresceu 1,5% em maio na comparação com igual mês de 2013, informou ontem a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Na indústria, contudo, o consumo segue diminuindo e atingiu o menor nível para o mês desde 2009, na esteira da produção menos vigorosa.
De acordo com o relatório da EPE, foram consumidos 39,945 mil GWh entre todas as classes no mês de maio deste ano. No acumulado em 12 meses, a expansão da demanda é de 4,1%, para 471,757 mil GWh.
No setor produtivo, o consumo de energia elétrica recuou 4,3% em maio contra igual mês do ano passado, para 14,900 mil GWh. Trata-se do menor nível demandado pela indústria para o período desde 2009, quando a atividade ainda sofria de maneira mais aguda os efeitos da crise financeira internacional.
"Agora, o consumo de energia (industrial) reflete dois efeitos: redução da produção em alguns setores, notadamente eletrointensivos e voltados ao mercado externo, e aumento da autoprodução, com redução da demanda à rede", diz o boletim.
As reduções mais intensas foram verificadas no Nordeste (-10%) e no Sudeste (-6%), mas o Sul também teve queda na demanda de energia pelas fábricas. Nestes locais, pesaram a perda de dinamismo em segmentos como metalurgia, produtos químicos e veículos automotores.
Por outro lado, a demanda de energia nos segmentos residencial e comercial segue em forte expansão, a exemplo do que vinha sendo registrado nos últimos meses. Em maio, o consumo das casas avançou 6,0% na comparação com maio de 2013, para 10,854 mil GWh Segundo a EPE, a alta se deve ao maior número de lares equipados com eletrodomésticos.
Regiões - O avanço da demanda residencial está concentrado na metade norte do país. "Embora detenham apenas 25% do consumo residencial nacional, as regiões Norte e Nordeste responderam por 43% do aumento do consumo de energia pelas famílias em maio", destacou o relatório. Só no Norte, a expansão foi de 18,4% frente a maio do ano passado. O Sudeste, contudo, tem registrado aumentos bem mais tímidos na demanda por energia elétrica residencial.
Na classe comercial, o consumo de energia cresceu 7,3%, para 7,328 mil GWh. Segundo a EPE, a instalação de aparelhos de ar-condicionado, "incorporados de forma intensa aos estabelecimentos nos últimos 12 meses", contribuiu para o resultado.
A expansão de shopping centers é outro fator que impulsionou a demanda, tendência que deve continuar diante das inaugurações previstas para 2015. "Isso pode sinalizar continuidade no aumento do consumo comercial de energia, a despeito da desaceleração nos principais indicadores relacionados à atividade econômica do setor", destacou a instituição. Nesta classe, as maiores altas foram observadas no Sudeste (8,7%) e no Centro-Oeste (8,5%).
Veículo: Diário do Comércio - MG