Varejo amplia uso de cartão pré-pago

Leia em 3min 50s

O meio de pagamento passa a ser utilizado para compras na rede de supermercado Carrefour, no Rio de Janeiro, e como cartão multiuso por quem não tem conta em banco. 

 

Carrefour lançou cartões pré-pagos para compras de até 60 mil itens. O PanAmericano quer emitir 500 mil pré-pagos até o fim do ano.As formas de utilização de cartões pré-pagos estão em expansão no Brasil. Depois de ser amplamente usado para recarregar o telefone celular, o sistema pré-pago passou a ser adotado em cartões para presentear e, recentemente, em plásticos que podem ser carregados em várias moedas para viagens ao exterior. Agora, bancos e redes de supermercados investem em cartões pré-pagos com bandeiras para compras diversas nos estabelecimentos e uso por quem não tem conta bancária.

 

De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), a tendência é que o lançamento de pré-pagos para diferentes usos acelere neste ano, seguindo o comportamento dos cartões de mesada, presentes e viagens que são comercializados nos Estados Unidos. A entidade formou um comitê específico para plásticos pré-pagos, em fevereiro, para monitorar o produto no Brasil.

 

Divulgação

 

60 mil itens – Nesta semana, o Carrefour começou a vender o cartão pré-pago para compras de até 60 mil itens diferentes – alimentícios ou não – em suas lojas do Rio de Janeiro. Após um período de testes na capital carioca, o plástico será oferecido nos demais estados. O cartão pode ser adquirido por qualquer consumidor, mesmo o que não tem o private label da rede, sem tarifa de aquisição ou de anuidade.

 

O plástico pode ser carregado nos valores de R$ 30, R$ 60 e R$ 100, com limite máximo em recargas de até R$ 2 mil . Quanto maior a quantia inicial do cartão, maior o bônus para compras – de 5%, 10% e 15% – creditados em até 48 horas após a aquisição do plástico.

 

No segundo semestre, a CBSS,  administradora de cartões Visa Vale, deve lançar uma família de pré-pagos com a bandeira Elo. O diretor-executivo Comercial, de Marketing e Produtos da CBSS, Ronaldo Varela, não detalha como será a nova linha, mas adianta que haverá um modelo para o público universitário, outro para mesada e um para presentes. "Serão várias modalidades de uso de pré-pago com a bandeira Elo", afirma Varela.

 

Amplo – Na avaliação do diretor da Abecs, Eliel de Almeida, o pré-pago deve atrair um público amplo, desde o consumidor que faz parte da classe emergente, mas não tem conta em banco, até o que já tem acesso a outros plásticos, e quer praticidade para controlar o orçamento da família.

 

De acordo com pesquisa do Banco Central (BC), cerca de metade da população economicamente ativa recebe o salário em dinheiro. Esse é o público que o banco PanAmericano – com a MasterCard e a Rêv Worldwide – quer conquistar. Na última semana, a empresa lançou o primeiro pré-pago multiuso. "Os clientes potenciais são os que trabalham na construção civil e recebem o salário em dinheiro toda semana e não têm conta em banco", afirma Almeida, que também é diretor de cartões do PanAmericano.

 

O cartão pré-pago multiuso de tarja magnética funciona com senha nas mesmas máquinas que aceitam os cartões de crédito da bandeira MasterCard, em mais de 1,5 milhão de estabelecimentos no País. A meta do PanAmericano é emitir 500 mil cartões pré-pagos até o final deste ano.

 

Tendência – A analista setorial da Lafis Consultoria, Thais Virga, avalia que a tendência de crescimento é forte no Brasil. Thais menciona uma pesquisa do The Boston Consulting Group que revela que o faturamento gerado por cartões pré-pagos na América Latina, incluindo o México, foi de US$ 12 bilhões no ano passado. De acordo com ela, a participação do Brasil nesse total foi menor que 1,5%.

 

"Um levantamento da MasterCard estima movimentação de US$ 81 bilhões na América Latina nos próximos cinco anos", diz Almeida. Nesse período, os bancos poderão avaliar os gastos, a frequência e a capacidade de poupança do consumidor para, no futuro, oferecer linhas de crédito específicas. "O próximo passo de quem tem pré-pago será ter um limite de crédito", afirma o diretor da Abecs.

 

Veículo: Diário do Comércio - SP


Veja também

Sites não entregam produtos vendidos

Comprar sem sair de casa e com preços muitas vezes menores do que em lojas físicas tem atraído cada...

Veja mais
PCs perdem espaço na demanda por chip

Sempre que se fala em chip, a associação com computadores é imediata. Por décadas, um neg&oa...

Veja mais
Tecnologia é arma contra alta de preços de alimentos nos países latino-americanos

Com uma participação crescente nas exportações agrícolas mundiais, os países d...

Veja mais
Supermercados e atacadistas buscam soluções mais ágeis

Para reduzir custos e otimizar o atendimento aos clientes, além de minimizar a perda de produtos nas gôndol...

Veja mais
Empresa on-line do Pão de Açúcar fatura R$ 2,7 bilhões em 2010

A Nova Pontocom, empresa de comércio eletrônico do grupo Pão de Açúcar, que reú...

Veja mais
Embaré vai automatizar área de vendas

A Web Line Mobile conquistou a conta da mineira Embaré Alimentos. Com esse projeto inédito, a empresa ir&a...

Veja mais
Empresas têm prejuízo com sites de compra coletiva

Com o apelo de atrair novos clientes, ofertas na internet podem ter efeito negativo se forem feitas sem planejamento &n...

Veja mais
Boletim virtual

O Procon-SP fechou o segundo semestre de 2010 com 13.689 consultas (pessoas que querem checar o histórico das emp...

Veja mais
Brasileiros utilizam mais tecnologia para comprar

Computador e smartphone são ferramentas para pesquisar preço e produto   O consumidor brasileiro &e...

Veja mais