Para reduzir custos e otimizar o atendimento aos clientes, além de minimizar a perda de produtos nas gôndolas (mais conhecida por "ruptura"), algumas redes de supermercados e de atacado têm investido na busca por soluções mais ágeis para adotar nos pontos de venda. É o caso do grupo Atacadão (empresa que compõe os negócios do grupo Carrefour). A marca adotou o sistema RuBT de gerenciamento de piso de loja, que permite o monitoramento, em tempo real, de informações que vão da situação de cada produto no estoque, passando pelas gôndolas, até mesmo de confirmação de preço por meio da leitura ótica do código de barras. Criada pela empresa GIC, fabricante da ferramenta, a solução visa a padronizar as operações nas lojas e gerar benefícios, como a rapidez do atendimento, o que já desperta também pequenas e médias empresas do ramo.
Várias tendências importantes no uso de tecnologia no comércio ganharam impulso nos últimos cinco anos. Entre elas, destacam-se: o crescimento da RFID (etiquetas com microtransmissores de rádio) em mercadorias e estoque; a identificação biométrica de clientes; o surgimento de sistemas que ajudam a medir e otimizar o fluxo interno da loja; a tendência do shoppertainment, que combina compras e lazer no mesmo espaço.
Ainda ganharam força os sistemas de pagamento através de identificação biométrica. Vários métodos estão sendo testados nos EUA, na Europa, e até no Brasil. A leitura de impressão digital, da palma da mão, e de retina, e o reconhecimento de voz são os sistemas mais usados. Mas o uso da tecnologia no ponto de venda ultrapassa as redes de atacado e varejo, e hoje já é possível inclusive ver restaurantes e lanchonetes adotando o uso de iPad para facilitar os pedidos do salão à cozinha.
Ainda no ramo supermercadista, outro exemplo da importância em acompanhar a evolução tecnológica vem do Grupo Pão de Açúcar (GPA), que adotou em sua loja instalada no Shopping Iguatemi, em São Paulo, o uso de carrinhos e leitores de códigos de barras, com vistas à interação e experiência de seus clientes no processo de compra.
Fabricante
No caso da empresa GIC, responsável pela criação da ferramenta ao Atacadão, houve uma mudança quando a companhia foi levada a estender a solução para pequenas e médias redes do varejo (PMEs), com o lançamento do RuB Express. "É um sistema simplificado, que apresenta algumas das funcionalidades do sistema maior, mas com adaptações para suprir necessidades diferentes e um valor reduzido de investimento. Nossa ideia, agora, é fazer com que o serviço chegue aos menores empreendimentos", explica Irineu Fernandes, presidente.
Segundo ele, entre os benefícios das soluções estão questões como melhorar o controle dos níveis de estoque e gestão da equipe; possibilitar a exposição e facilidade na remarcação dos preços; permitir ao gerente ter visão centralizada da eficiência operacional das lojas em tempo real; além de fomentar o aumento do volume de vendas com a melhora do atendimento ao cliente. Dessa forma, a ferramenta automatiza o piso de loja e gerencia de maneira mais ágil e precisa a mão de obra e o fluxo de produtos e informações para diminuir o nível da ruptura de exposição em lojas de varejo.
"A ideia surgiu de um briefing com a equipe do Atacadão. Eles tinham uma demanda em logística, localização de produtos, diagnóstico de estoque etc. A partir daí, nós criamos o sistema RuB e, depois do bom retorno que tivemos do cliente, decidimos levar as mesmas facilidades que o serviço oferece a redes que não dispõem de muitos recursos de investimento", comenta.
Crescimento
Mesmo sem revelar os resultados, o presidente da GIC afirma que o desenvolvimento da sistema RuB foi responsável direto pelo crescimento acentuado da empresa no último ano fiscal. "Hoje nosso faturamento médio gira em torno de R$ 7 milhões. Posso dizer que boa parte do aporte que alavancou nossos números se deve às vendas do RuB. O serviço que lançamos para pequenas empresas já está tendo uma boa aceitação. A tendência é que o faturamento seja positivo novamente", conta o presidente da GIC.
Como o sistema lançado no início do ano passado, o RuB Express, também utiliza o aparelho CA50, da Motorola, que funciona como ferramenta de comunicação de dados que conecta os colaboradores, além de possibilitar a comunicação através da troca de mensagens de texto, VoiP e rádio, e tem leitor de código de barras. O sistema traz auditoria de presença; verificação de etiquetas de preço (confirma se o preço indicado na etiqueta afixada na gôndola está correto); verificação de informações do produto a partir da leitura do código de barras; e vinculação dos códigos de produto para agilizar o pagamento.
Veículo: DCI