Cenário: Fabricante aposta no serviço on-line para influenciar o varejo
Dar risadas ao ver vídeos curiosos, ouvir músicas, ou assistir o capítulo mais recente de um programa de televisão já não são mais as únicas opções para quem visita o YouTube, do Google. Agora, os 30 milhões de brasileiros que visitam o site de vídeos todos os meses poderão também fazer compras por ele.
A ideia é simples. Ao fim de um vídeo sobre um determinado produto, ou serviço, um link para uma loja virtual aparece dentro da janela em que ele está sendo exibido. Caso tenha interesse, o internauta pode clicar e comprar o item. "Com o aumento da penetração da banda larga, o vídeo está se tornando uma importante ferramenta de decisão de compra dos brasileiros", diz Leonardo Tristão, diretor de negócios do Google Brasil.
O sistema foi lançado pela empresa em 2010 e tem como seu principal expoente a rede varejista de roupas inglesa French Connection. No Brasil, a primeira empresa a experimentar o modelo é a fabricante de computadores Hewlett-Packard (HP). A companhia lançou, na quinta-feira, a sua YouStore. O canal entrou no ar com oito vídeos com tutoriais sobre as principais linhas de produtos da companhia.
De acordo com Renata Gaspar, diretora de marketing do grupo de computação pessoal da HP, os vídeos são informativos, mas contam com doses de humor e curiosidades para atrair a atenção dos consumidores. A executiva diz acreditar que os notebooks da linha Pavillion e os computadores de mesa no formato 'tudo em um' sejam os mais procurados pelos internautas. "A compra é resultado do interesse criado. E o apelo não é só o preço."
Desde 2008, a HP vem investindo na ampliação de seus canais de venda no Brasil. A iniciativa resultou na abertura de lojas com marca própria da companhia nos mundos físico e virtual. Agora, o objetivo é aumentar a presença da empresa nas mídias sociais, conta Renata.
A HP não revela o investimento na YouStore. Segundo Renata, a loja ficará no ar por um período inicial de 12 meses. Dependendo dos resultados, pode haver uma prorrogação. A HP não paga ao Google pelo uso do sistema de links, nem divide receita das vendas feitas em seu site. A empresa de internet recebe pela hospedagem do canal com a marca da fabricante.
Tristão não descarta, no entanto, que outros modelos de remuneração possam ser discutidos. Sobre possíveis negociações em curso com outras empresas para o lançamento de iniciativas semelhantes, o executivo diz apenas: "A opção está disponível para todos os anunciantes do site." O Brasil é o terceiro maior mercado do YouTube no mundo, atrás dos Estados Unidos e Inglaterra, com 3 bilhões de vídeos assistidos todos os meses, diz Tristão.
Veículo: Valor Econômico