Empresas compram até 40% dos tablets

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Aquisições corporativas de iPad e Galaxy devem chegar a 120 mil aparelhos no Brasil; escolas e vendedores lideram onda

 

Para substituir notebook, ainda falta câmera potente, teclado sem fio e entrada USB universal, diz crítico

 

Empresas brasileiras devem comprar entre 90 mil e 120 mil tablets ao longo de 2011 no país.

 

Segundo estudo da consultoria IDC Brasil, o volume representará entre 30% e 40% do total projetado para o mercado nacional, de 300 mil aparelhos.

 

Entre os principais apelos de aparelhos como o iPad, da Apple, e o Galaxy Tab, da Samsung, estão tela grande, possibilidade de conexão 3G e a capacidade de rodar vídeos e fotos.
"A procura está vindo principalmente de empresas que usam o tablet como catálogo de produtos ou para automatizar a força de vendas", afirma Fabio Gaia, presidente da Officer, distribuidora para o setor corporativo.

 

Segundo Gaia, 50% das vendas da Officer -que atende empresas e varejistas- já são feitas diretamente para corporações.

 

Parte da demanda virá do segmento educacional. A escola internacional Chapel School, sediada em São Paulo, comprou 30 iPads para a criação de um laboratório pedagógico, a ser usado por alunos de 3 a 15 anos.

 

A intenção é usar os aparelhos conectados à rede de internet sem fio para tornar interativo o ensino de disciplinas tradicionais.
"É uma ferramenta interessante para tornar o ensino muito mais atraente. O uso de formas geométricas no ensino de matemática, por exemplo, ajuda a motivar os alunos", afirma o diretor John Ciallelo.

 

A escola, com 700 alunos, espera agora o lançamento da versão 2 do iPad para pedir outro lote de equipamentos para outro laboratório.
Para os analistas, existe mercado também entre as pequenas e médias empresas e profissionais liberais.

 

NOVA GERAÇÃO

 

Embora despertem interesse corporativo -seja por puro marketing ou para uso real de mobilidade-, os tablets não devem desbancar os notebooks tão rápido.
"Para isso acontecer, uma nova geração de tablets ainda precisará surgir com funções mais amigáveis para as demandas corporativas, como teclado sem fio e câmera potente", afirma Luciano Crippa, da IDC.

 

A esperança é que parte dessas necessidades seja atendida pela segunda versão do iPad, cujo lançamento é esperado para hoje.
Como parte da bolsa de apostas, espera-se que a Apple inclua duas câmeras, sistema operacional Mac para tornar o iPad mais rápido e, principalmente, uma entrada USB universal para acoplar diversos equipamentos.

 

Ao longo do primeiro semestre, uma enxurrada de tablets deve invadir o mercado, muitos com foco corporativo, como o aparelho da RIM, fabricante do BlackBerry, HP, Motorola e Asus.
Empresas devem abocanhar pelo menos 25% das vendas mundiais de tablets no ano, ou 12 milhões de aparelhos, segundo a Deloitte.

 

Entre consumidores finais e empresas, a IDC estima vendas de 44,6 milhões de tablets no mundo neste ano.

 

Laboratório compra 1.500 iPads para vendas

 

Empresas brasileiras estão descobrindo nos tablets uma alternativa para reduzir os gastos com material impresso, como catálogos, folhetos e mesmo apostilas.
O laboratório farmacêutico EMS encomendou nada menos do que 1.500 iPads para os representantes de vendas da área de prescrição.

 

A intenção é cortar ao máximo as 50 toneladas de folhetos e catálogos impressos para promoção distribuídos pelos vendedores a mais de 400 mil médicos no país.
Os médicos que se interessarem pelo material poderão recebê-lo por e-mail.
"Era um sonho antigo acabar com o papel na promoção médica, principalmente diante dos R$ 4,2 milhões gastos por ano com a impressão de folhetos", diz Waldir Eschberger Junior, da EMS.

 

Até agora, 300 profissionais usam o aparelho, número que será quintuplicado até maio. O investimento foi de R$ 2,5 milhões.

 

A EMS chegou a avaliar outros fabricantes, mas optou pelo iPad principalmente pelo tamanho da tela -9,7 polegadas, ante 7 polegadas do Samsung Galaxy Tab, também disponível no país.

 

A decisão da companhia está em linha com boa parte das empresas no mundo.
Segundo estudo da consultoria americana ChangeWave com 1.650 executivos, 82% apontaram benefícios corporativos com o iPad.

 

Cresce também o número de empresas que buscam a flexibilidade do Android, sistema operacional do Google, para seus tablets com a missão de eliminar o papel.
Foi o caso da Universidade Estácio, que acaba de fechar a compra de 6.000 tablets da Semp Toshiba para distribuir aos alunos dos cursos de direito (do Rio e Espírito Santo), gastronomia e hotelaria (ambos de Rio e São Paulo) a partir de agosto.

 

A intenção do tablet de 10,1 polegadas com conexão à internet -via rede sem fio e 3G- é cortar parte dos 240 milhões de cópias de livros universitários licenciados pela Estácio para distribuição aos alunos.
"Queríamos um aparelho que rodasse sistema Flash [para animações], sobre o qual está baseado todo o conteúdo de aulas, simulações e bibliotecas virtuais, por isso a escolha pelo tablet da Semp Toshiba [o iPad não roda Flash]", antecipou à Folha o diretor de marketing, Pedro Graça.

 

A universidade finaliza a adaptação de conteúdo das apostilas para o tablet e o treinamento dos professores.
Também negocia com operadoras de celular descontos para os planos de acesso 3G.
Em quatro anos, até o fim da expansão dos tablets para mais alunos -são 220 mil hoje no país-, serão investidos R$ 40 milhões em conteúdo digital. (CF)

 


Veículo: Folha de S.Paulo


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