NCR planeja ampliar atuação no Brasil para além dos ATMs

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Companhia pretende oferecer serviços de autoatendimento ao varejo e ao setor hoteleiro

 

Mais conhecida como fabricante de caixas eletrônicos, a americana NCR tem planos para o mercado brasileiro que vão muito além dos ATMs. A companhia estuda expandir seus serviços em segmentos como varejo e hotelaria, diz ao Valor o executivo-chefe da companhia, Bill Nuti.

 

"Nosso objetivo é ser a empresa número um do Brasil em serviços de autoatendimento. Queremos oferecer a próxima geração de serviços para pontos de venda", afirma o executivo. Nuti concedeu entrevista ao Valor, ontem, por telefone, de seu escritório em Nova York.

 

Terminais de autoatendimento para restaurantes de comida rápida e lojas de conveniência, máquinas para check-in eletrônico em aeroportos e sistemas de pagamento por meio das redes sem fio são produtos que estão no radar da NCR para os próximos dois ou três anos.

 

Até lá, no entanto, a companhia pretende concentrar seus esforços no segmento de ATMs, seu carro-chefe. Nesta semana, a NCR deu um passo importante para isso. A Scopus, empresa de tecnologia do Bradesco, adquiriu participação de 49% na NCR Manaus, subsidiária por meio da qual produz caixas eletrônicos na Zona Franca amazonense.

 

Segundo Nuti, a Scopus concordou em desembolsar US$ 52 milhões pela participação. Mas, paralelamente, o acordo estabelece uma parceria para fornecer 30 mil ATMs ao Bradesco até 2015 - já foi feito um pedido inicial de 6 mil unidades à NCR Manaus. O acesso à tecnologia da Scopus e à capilaridade da rede bancária do Bradesco são os grandes atrativos do negócio para a companhia americana.

 

Com esses trunfos na mão, a NCR tem a intenção de chegar à liderança do mercado brasileiro de ATMs. Atualmente, a empresa está atrás da Diebold e da Itautec nesse segmento.

 

Não é difícil entender por que o Brasil tornou-se estratégico para a NCR - empresa que, há mais de um século, inventou a caixa registradora mecânica. O país tem a terceira maior base instalada de ATMs do mundo: com 178 mil equipamentos instalados, perde apenas para os Estados Unidos e o Japão. Entretanto, é um mercado ainda em expansão. De acordo com a empresa de pesquisas Retail Banking Research, a expectativa é de que o segmento cresça 27% até 2015.

 

A NCR abriu sua fábrica em Manaus em 2009. Antes disso, a empresa chegou a ter uma linha de produção em São Paulo, que foi terceirizada. Mas o aumento da importância do mercado brasileiro levou a empresa a rever essa estratégia e voltar a ter uma unidade própria. No total, a companhia tem 450 funcionários no Brasil, mas esse número pode aumentar, observa Nuti.

 

A companhia não revela qual seu faturamento no Brasil, mas Nuti diz que a cifra deve dobrar nos próximos dois anos. No ano passado, a receita líquida mundial da NCR foi de US$ 4,8 bilhões.

 

O acordo com a Scopus inclui apenas a estrutura à qual está vinculada a fábrica. As áreas de vendas, administração e serviços da NCR continuam pertencendo apenas à companhia americana.

 

Em um primeiro momento, a aliança entre as duas empresas tem como alvo o segmento de serviços financeiros, em especial os caixas eletrônicos. Porém, Nuti afirma que o acordo pode ser estendido a outras áreas. "Os ATMs são o foco inicial, mas o acordo não se limita a isso", diz.

 

O presidente da NCR no Brasil, Elias Rogério da Silva, afirma que a empresa tem mantido conversas com bancos sobre o desenvolvimento de aplicativos móveis para transações bancárias e comércio eletrônico. O executivo não revela o nome das instituições financeiras envolvidas nas negociações.

 


Veículo: Valor Econômico


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