Na hora de comparar preços pela internet, cuidado com as ‘pegadinhas’

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Mesmo sendo úteis, sites podem induzir consumidor a erro

 
Encontrar bons produtos a preços acessíveis é o sonho de todo consumidor. O mais indicado para realizá-lo é a comparação de preços, tarefa nada fácil para a maioria. Afinal, quem ainda tem tempo para percorrer lojas em busca do melhor custo-benefício?

A resposta pode estar nos comparadores de preços. Cada vez mais usados até mesmo por quem não costuma fazer compras pela internet, sites como Buscapé, Bondfaro, Jácotei e Mercado Livre podem, no entanto, esconder “pegadinhas” e levar por água abaixo o planejamento de quem pretende comprar mais pagando menos. Preços altos disfarçados de oferta, produtos de marcas desconhecidas a custo muito baixo, empresas com poucas informações sobre a mercadoria que está divulgando, são algumas das armadilhas.

— Os sites, muitas vezes, não têm controle sobre as ofertas dos anunciantes. A coleta das informações é feita automaticamente. Então, as pessoas devem ter muito cuidado ao encontrar o que procuram. Devem desconfiar de um produto de marca que não conhece a um preço muito barato, por exemplo. Num caso desses, o recomendado é buscar na própria internet informações a respeito da empresa, saber onde está instalada, o telefone para atendimento e confirmar os prazos de entrega — diz o publicitário Diogo Azevedo, especialista em marketing digital.

Dependendo do caso, sites podem ser responsabilizados

Segundo ele, os comparadores de preços são úteis para a busca inicial, indicando o que o varejo está cobrando por aquele produto desejado. E o valor encontrado no site pode até servir como argumento de negociação nas lojas físicas. A compra, no entanto, não deve ser realizada por impulso, logo que aparecer a primeira oferta.

Diogo Azevedo chama a atenção também para o fato de que algumas promoções são, na realidade, anúncios disfarçados. Ou seja, nem sempre o melhor preço apresentado pelo site é o menor do mercado, como também confirma Fátima Lemos, assessora técnica do Procon-SP:

— O serviço oferecido por esses sites não pode ser desconsiderado, mas o consumidor deve saber que existem parcerias comerciais entre o comparador de preços e o varejo. Orientamos o consumidor a ampliar a pesquisa, não se restringir a este ou aquele site, e também buscar informações sobre as empresas e os sites que estão oferecendo os produtos nos órgãos de defesa do consumidor.

De acordo com a especialista, embora os termos de uso de alguns sites indiquem que estes não são responsáveis pelas ofertas anunciadas, dependendo do caso, eles podem, sim, responder por um eventual prejuízo sofrido pelo consumidor.

— Não se pode dizer que essa é uma regra que dá para aplicar de forma ampla e irrestrita, mas os sites, por outro lado, também não podem se isentar completamente. Mesmo que isso esteja constando nos termos de uso, o comparador de preços acaba sendo um intermediário, estimulando o consumidor a comprar este ou aquele produto. O consumidor confia no site e há casos em que acaba sendo induzido a erro, adquirindo um produto inadequado — exemplifica Fátima Lemos.

Celulares, games e câmeras fotográficas continuam no topo da lista de eletrônicos mais buscados nos sites de comparação de preços. Antes de fechar a compra de um desses equipamento, no entanto, é recomendável procurar conhecer a experiência de outras pessoas que compraram no mesmo lugar.

— O grande barato da internet está nas comunidades. O consumidor deve aproveitar essa possibilidade e buscar informações que respaldem a compra. Verificar o que outros consumidores estão falando sobre esses produtos. E é preciso saber também que as grandes marcas praticam preços semelhantes. O bom senso adotado no momento de efetuar uma compra on-line também deve valer para a pesquisa de preços. Procure os sites mais conhecidos e desconfie dos preços muito baixos — argumenta Bruno Granato, professor de Criação Digital na ESPM-RJ.

Ferramentas de proteção

Os sites Buscapé e Bondfaro, controlados pela mesma empresa, a Buscapé Company, informam em nota que o consumidor tem à disposição no ambiente on-line diversas ferramentas que o protegem e dão maior segurança no momento da compra.

Segundo a Buscapé Company, uma delas é o selo e-bit. "Este selo, amplamente conhecido pelo mercado, é feito através da avaliação das próprias pessoas que efetivaram uma compra em determinado site. Ao final da compra, o consumidor é direcionado para um questionário, onde responde perguntas sobre todo o processo de compra. Ou seja, quem analisa o site é o próprio consumidor. Este selo está visível em todas as ofertas dos sites. Além disso, existe um link, logo abaixo ao selo, que contém mais informações sobre a empresa", diz o comunicado.

A empresa também destacou a interação das lojas com a plataforma de pagamento Bcash que, segundo a Buscapé Company, oferece uma solução de controle de fraudes, analisando o histórico de compra do usuário, bem como da empresa. "Caso um dos dois apresente incompatibilidade de dados, a transação é automaticamente cancelada e o dinheiro retorna ao consumidor", afirma.


Veículo: O Globo - RJ


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