Buscador de oferta cresce em linha com o comércio on-line

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Ao contrário do que tem acontecido com os grandes sites de compras coletivas -que tiveram um 2012 enxuto, com crescimento previsto de apenas 2% no País, mesmo após o bom momento vivido em 2010-, os agregadores de ofertas, mais conhecidos como buscadores, projetam crescer em linha com o mercado de vendas on-line no Brasil.

Estimativas feitas ao longo do ano apontaram que em 2012 o e-commerce cresceu cerca de 26%, e movimentou financeiramente cerca de R$ 23,5 bilhões no período. Para 2013, a perspectiva é de que o segmento crescerá cerca de 30%, segundo relatório feito pela América Economía Intelligence em parceria com a e-bit.

Além dos dados acima citados e com base no número de pessoas que fizeram compras pela Internet nos últimos doze meses - 43 milhões, dos quais 5,6 milhões nos seis primeiros meses de 2012 - é que empresas como SaveMe, Buscapé Company e ShopBot, entre tantas outras empresas do setor, sobrevivem à concorrência e estimam um 2013 muito melhor para os empresários que apostam neste segmento.

Fundado em julho de 2010 por Guilherme Wroclawski, o SaveMe nasceu como um agregador de ofertas de sites de compras coletivas, mas com o tempo ampliou sua atuação. "Em um processo de evolução derivado do nosso objetivo de proporcionar a melhor compra para nossos usuários, progrediu para se tornar um agregador de oportunidades. Hoje, em nosso site é possível encontrar ofertas de empresas de e-commerce tradicionais, entre outras fontes de ofertas existentes", disse.

As principais ofertas anunciadas no player são de serviços, viagens e produtos das mais diversas categorias. Em seu ambiente on-line, o buscador tem 650 empresas que anunciam ofertas e não é só no Brasil que o SaveMe atua. "Atuamos em todo o Brasil, além de países como Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru, Venezuela e África do Sul", enfatizou Wroclawski, ao DCI.

Com tíquete médio de compra de R$ 104, a expectativa do executivo é de que o segmento de buscadores seguirá em linha com as perspectivas da e-bit. "A expectativa de crescimento desse segmento deve seguir o ritmo natural do mercado de e-commerce: acima de 20%", explicou.

Concorrência

Também atuante no segmento de agregadores de oferta, o ShopBot, de origem francesa, está há cinco anos nesse setor. Líder na Austrália, a empresa, além do Brasil, está em atuação na Nova Zelândia e na África do Sul.

Ricardo Bove, diretor da operação brasileira, afirmou que, além do potencial do mercado varejo eletrônico, é preciso dar atenção ao novo hábito de consumo do brasileiro. "O buscador tem sido a forma mais utilizada antes da efetivação da compra. Dos cerca de 92% das pessoas que fazem compras pela Internet, 54% usam os buscadores para comparar preços", explicou.

Em 2012, enquanto o setor de e-commerce estimava faturamento de cerca de R$ 24 bilhões, a empresa de origem europeia havia dobrado de tamanho de janeiro a junho. "Esperamos que o fechamento do ano, esse patamar se mantenha", enfatizou Bove.

Com 450 empresas anunciantes de ofertas em seu ambiente on-line, o ShopBot tem seu mercado concentrado em São Paulo e Rio de Janeiro, com 60% e 70% de participação, respectivamente.

Segundo o executivo, a região que tem chamado a atenção é o nordeste, que neste ano apresentou um número crescente de acessos ao site. Muito mais que a ascensão da classe média, ou classe C, novos consumidores estão se rendendo às compras pela Internet, e isso é o que tem impulsionado o segmento e será responsável, em 2013, pela expansão das operações desses players, como argumentou Bove.

"Cerca de 9 milhões de consumidores são entrantes. Isso é muito representativo para nós" enfatizou ele, e completou: "No País temos 194 milhões de pessoas, mas nem metade delas tem acesso à Internet ainda. Da parcela que possui acesso, 64 milhões acessam as redes em seu trabalho ou em casa. Desse índice, cerca de 42 milhões são compradores on-line de verdade. Logo, temos muito que percorrer para atrair os que não compram ainda".

Ricardo Bove, questionado sobre como o setor de compras coletivas influenciou os buscadores, disse apenas que ele foi mais representativo em 2011 e que isso tem caído ao longo dos anos. "O boom das compras coletivas foi no passado", argumentou.

O otimismo também faz parte dos empresários responsáveis por aquele que no mercado brasileiro é considerado o maior player: Buscapé Company.

Segundo Rodrigo Borer, vice- -presidente de Comparação de Preços da empresa, a expectativa para 2013 é de crescimento acima do mercado. "Estimamos que o e-commerce no Brasil deverá crescer pouco mais de 20% em 2013, e a empresa deve crescer pouco mais que isso."


Veículo: DCI


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