Nokia entra na briga por celular barato para emergentes

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Na luta para recuperar terreno no competitivo mercado de smartphones, a Nokia lançou ontem um smartphone com tela sensível ao toque de US$ 99, com foco na Índia e em outros mercados emergentes, para ajudar a impulsionar as vendas e aumentar sua participação no segmento. A fabricante finlandesa de celulares também anunciou o sistema operacional Asha, que vai rodar em seu smartphone de baixo custo Nokia Asha 501. Segundo a empresa, a plataforma é desenhada para permitir um acesso mais amplo aos desenvolvedores de aplicativos.

A Nokia tem se esforçado para competir no mercado de smartphones mais sofisticados, um segmento dominado pela Apple e a sul-coreana Samsung. Um agravante aos desafios da Nokia é a forte concorrência de fabricantes chineses e indianos de celulares de baixo custo, como a Micromax Informatics. Na Índia, a Micromax vende um smartphone por US$ 65, enquanto a Samsung vende dispositivos abaixo de US$ 110. Até o ano passado, a Nokia tinha uma participação de mercado dominante na Índia, mas tem enfrentado uma ameaça crescente da Samsung.

O lançamento do smartphone de baixo custo reflete o esforço contínuo da Nokia para avançar em mercados emergentes de rápido crescimento, apesar da concorrência acirrada e das margens estreitas. O lançamento da plataforma Asha também sinaliza que a Nokia está tentando proteger suas apostas quando se trata de sistemas operacionais de smartphones. Enquanto o iOS, da Apple, e o Android, do Google, dominam o mercado de sistemas operacionais móveis, a Nokia tem obtido pouco sucesso com seu próprio sistema operacional. Apesar de sua escala e de seu relacionamento com as operadoras, a companhia não foi capaz de atrair desenvolvedores para criar bons aplicativos nativos. A Nokia acabou abandonando sua plataforma Symbian e adotou o Windows, da Microsoft, em 2011.

"Com a nova plataforma Asha, os desenvolvedores serão incentivados a entregar aplicativos de qualidade, encontrados anteriormente em smartphones mais sofisticados, graças aos volumes sem precedentes e às oportunidades de alcance por meio de um único canal de distribuição e uma única plataforma", afirmou Marco Argenti, executivo-chefe de experiências de desenvolvedor, em um comunicado.

Stephen Elop, executivo-chefe da Nokia, disse ontem, durante o evento de lançamento em Nova Déli, que os smartphones abaixo de US$ 100 podem gerar um mercado de US$ 40 bilhões nos próximos dois anos, citando estimativas de analistas. "Acreditamos que o Asha 501 e a plataforma Asha vão reinventar a categoria de smartphones a preços acessíveis", afirmou. Inicialmente desenvolvido para suportar serviços de dados em 2G, o dispositivo será "relevante para 80% da população mundial, especialmente nos mercados emergentes", afirmou.

A Nokia planeja começar a vender o aparelho em junho. O preço de US$ 99 exclui os impostos e subsídios. O smartphone tem tela de 3 polegadas, câmera de 3.2 megapixels, pesa 98 gramas e tem uma capacidade de memória de 4 GB, que pode ser expandida até 32 GB. A Nokia afirma que o dispositivo tem autonomia de bateria para 17 horas de conversa.

O Asha 501 chegará ao mercado brasileiro no terceiro trimestre. Com preço sugerido de US$ 99, a versão para o país será o Asha 501 Dual SIM, com vendas por meio das lojas físicas da Nokia e pelas principais redes varejistas, informou a empresa.

No Brasil, o aparelho será oferecido nas cores preto e branco. A relação de aplicativos disponíveis inclui 40 jogos gratuitos da Electronic Arts.

Com foco em mercados emergentes, como Brasil e Índia, o produto é mais uma tentativa da Nokia para recuperar na área celular, mais especificamente em smartphones, categoria na qual ainda não conseguiu igualar o domínio que detinha até há pouco tempo no mercado global de celulares.

Analistas disseram que o novo smartphone pode ajudar a Nokia a reconquistar sua vantagem competitiva frente aos produtos de baixo custo da Samsung e a ganhar espaço no mercado indiano entre os consumidores que estão trocando seus celulares mais básicos.



Veículo: Valor Econômico


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