Boa parte daqueles que consultam site no smartphone desiste da compra na loja física
As ofertas na internet não estão disponíveis nas lojas físicas, embora o controlador da marca seja o mesmo. Esse fenômeno se repete no Ponto Frio, no Walmart e na grande maioria dos gigantes do varejo. A multiplataforma ou multicanal é parte praticamente obrigatória da estratégia de resposta aos desafios trazidos pela internet, mas nem sempre implica uma padronização completa, conforme explica Antonio Everton, da Confederação Nacional do Comércio (CNC).
A tendência, contudo, é que as vantagens concedidas via web tenham que ser estendidas aos demais canais de venda. Hoje, lojas como Carrefour e Walmart já estabelecem como política igualar as ofertas dos encartes do concorrente. É mais difícil encontrar a mesma disposição com relação à internet, mas a negativa aumenta o risco de perda do negócio.
Basta ver os resultados de uma pesquisa da Hi-Midia, empresa de mídia on-line especializada em performance, e da M.Sense, especialista em estudos sobre o mercado digital, com usuários de smartphone ou tablet. Nada menos de 87% dos entrevistados já desistiram de uma compra dentro de uma loja física por causa de uma informação buscada via dispositivo.
A série de pesquisas sobre o mercado mobile no Brasil revela ainda que um em cada três usuários de smartphone ou tablet já realizou compras usando seus dispositivos móveis, número bastante significativo para um mercado bastante jovem. Já93%dos entrevistados disseram buscar informações e indicações sobre produtos e serviços via dispositivos móveis.
Levantamento do Gartner Group, por exemplo, indica que um terço das grandes marcas está desenvolvendo aplicativos para simplificar o fechamento de negócios via tablet e smartphones. “Mais do que um diferencial, a mobilidade tornou-se padrão para uma concorrência mais intensa”, explica Antonio Everton.
Luiz Antônio Pinho de Almeida, economista da CNC, chama atenção para um caso bem sucedido e em certo sentido surpreendente de adaptação ao novo ambiente de negócios. “Artigos de vestuário,moda e acessórios já representam 7% do varejo virtual”, constata. “Nos EUA o segmento de roupas e calçados tem figurado de forma importante desde o início das operações de comércio eletrônico,mas lá existia a tradição bicentenária de vendas por catálogos e a perfeita padronização de tamanhos.No Brasil esse era um fator impeditivo: nossa padronização era imperfeita, a qualidade nem sempre correspondia ao esperado e não havia uma política de trocas que atendesse aos anseios dos consumidores”, diz.
Veículo: Brasil Econômico